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Recentemente, a paulista Selmi Alimentos iniciou o processo de mudança da sede no Paraná. Vai passar de Londrina
para Rolândia. Além da alteração no endereço, a movimentação faz parte do
processo de expansão da empresa no Estado. No mesmo período, a empresa de Minas Gerais Vilma Alimentos
inaugurou a planta de silos em Cambé e já anunciou fortes investimentos para os próximos anos. A
chegada e o fortalecimento de grandes empresas de massas e biscoitos no Paraná abre oportunidades para fornecedores
locais, mas não deve intensificar a concorrência no setor de maneira significativa.
A Vilma Alimentos,
marca controlada pela Domingos Costa Indústrias Alimentícias S/A, investiu R$ 17 milhões na nova unidade
em Cambé. Esta foi a primeira fase da instalação da sede da empresa no Estado. Inicialmente, serão
instalados seis silos com capacidade total de armazenar 36 mil toneladas.
A intenção é ampliar
esta capacidade já em 2012, chegando a 100 mil toneladas/mês. Até 2020, a empresa pretender investir outros
R$ 43 milhões para verticalização dos negócios no Paraná, com a construção
de um moinho, uma fábrica de macarrão e outra de biscoitos.
Infraestrutura - Um dos motivos para
a escolha pela cidade paranaense é a facilidade de escoamento da produção. Duas rodovias cortam o município,
a PR-445 e BR 369. Cambé também conta com um terminal intermodal. Além dos incentivos que não
são divulgados. "Os fornecedores locais vão se beneficiar. Hoje em dia, quase 60% do trigo produzido no Paraná
vai para outros Estados, e, com compradores mais perto, a situação melhora", afirma Everson de Almeida Leão,
economista do departamento de Coordenação de Desenvolvimento da Fiep.
A empresa Trigo Branco, de Ponta
Grossa, por exemplo, já é parceira da Vilma Alimentos no Paraná. Desde abril, uma representação
da empresa em Cambé realiza o trabalho de contato com os produtores de trigo da cidade e de municípios vizinhos.
A intenção é buscar fornecedores no raio de 100 quilômetros.
"A Vilma Alimentos busca de
resolver o problema crucial para as indústrias da cadeia de trigo, que é a qualidade da farinha", aponta Everson
Leão. Na mistura de trigo de boa qualidade com trigo de pior qualidade, o que prevalece é o padrão mais
baixo no produto final. "O fato de buscarem seis silos mostra que pretendem ter mais controle sobre a mistura e aumentar a
qualidade do trigo, segregando melhor o produto", acredita. Neste processo, também há redução
de custo, já que a indústria dispensa aditivos para melhorar o produto.
Já a Selmi Alimentos,
com a mudança de endereço, vai elevar a área da fábrica atual de 22 mil para 300 mil metros quadrados.
A obra em Rolândia encontra-se na fase de fundações, com previsão de término total para
2013. Serão empregadas em torno de 500 pessoas. A Selmi possui 14% de participação no mercado de massas
brasileiro.
"Como o foco destas empresas não é somente o Paraná, acredito que estes investimentos
não vão causar um grande impacto na concorrência local, mas obriga as empresas do setor a se manterem
competitivas para não perder mercado", recomenda Everson Leão.
Outra mudança que a cadeia de trigo
vem apresentado é a tendência de verticalização das empresas. Produtores de farinha do Paraná
estão investindo em fábricas de alimento. Assim, acabam por dar continuidade no processo de produção
e aumentar os rendimentos. "A estimativa é crescimento do consumo deste produto. Há mercado para crescer", finaliza
o economista.