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Alta do trigo pressiona moinhos

19 de maio de 2011

Mercado: Repasses aos preços da farinha não acompanham o ritmo; Pacífico prevê dificuldades

Fabiana Batista

Proprietário e presidente do maior moinho de trigo da América Latina, o Pacífico, Lawrence Pih não usa de eufemismos para definir 2010: foi medíocre, diz ele, em referência à guinada dos preços internacionais do cereal do primeiro para o segundo semestre do ano passado e à dificuldade em repassar toda a alta ao valor do produto final, a farinha de trigo.

Para 2011, Pih acredita que haverá mais dificuldades, pois os preços da matéria-prima já estão em um patamar mais elevado e o repasse desse custo maior tende a continuar caminhando lentamente. O problema se acentua, segundo ele, em virtude da forte concorrência da farinha argentina, que com o câmbio atual chega a preços ainda mais competitivos do que o usual ao mercado brasileiro. A farinha argentina entra no país entre R$ 45 e R$ 48 por saca de 50 quilos. O custo da farinha brasileira está acima de R$ 53.

Os volumes de entrada de farinha do país vizinho no Brasil continuam firmes e o produto está mais caro. De janeiro a abril deste ano, as importações atingiram 216 mil toneladas e custaram US$ 90,7 milhões. Em igual período de 2010, foram 211 mil toneladas, que saíram por US$ 67,7 milhões, segundo dados do Sistema Alice do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

O desajuste, afirma Pih, começou em meados do ano passado, quando os preços do trigo iniciaram uma robusta escalada no mercado internacional. O custo das aquisições da matéria-prima dos moinhos subiu de US$ 220 por tonelada, em junho de 2010, para US$ 360 por tonelada agora - uma valorização de quase 64%. Por outro lado, o principal produto dos moinhos, a farinha de trigo, passou a ser vendida no mercado brasileiro por R$ 57 por saca de 50 quilos, 29,5% a mais do que em meados do ano passado, quando valia R$ 44, de acordo com informações do Moinho Pacífico.

Pih explica que 2010 foi um ano ruim, mas que quando os preços começaram a subir sua empresa, por exemplo, tinha um bom estoque nos armazéns, negociado com preços antigos. Agora, os estoques derivam dos preços elevados, o mercado ainda está alto e o repasse continua difícil, afirma ele.

No caso do Pacífico, esse descompasso será amenizado a partir do ano que vem, quando a companhia terá sua capacidade de silagem ampliada a partir de obras iniciadas em 2010. O empresário investiu cerca de R$ 80 milhões para aumentar de 105 mil para 200 mil toneladas seu espaço de armazenamento do cereal e ter mais condições de administrar sua relação de estoque e aquisição de matéria-prima. Assim, ele pretende aproveitar os preços bons da safra para se abastecer com trigo de qualidade.

Com essa capacidade de armazenagem de 200 mil toneladas, o moinho atenderá a dois terços de sua capacidade de processamento do cereal, que é próxima de 300 mil toneladas - 3,3% da capacidade brasileira de processamento de trigo, que está em torno de 9 milhões de toneladas, segundo estimativas do próprio moinho.

O sigilo sobre o faturamento do Pacífico é mantido por Pih há muitos anos e já conhecido do mercado. Ele se limita a dizer que, em volumes, a empresa cresceu 5% em 2010, avanço que não deve se repetir neste ano. O mercado paulista [o Pacífico tem sede em Santos] como um todo encolheu em 2010 por volta de 10%, estima o empresário. A concorrência da farinha argentina mais uma vez está no centro das razões que explicam a retração, apesar do crescimento da economia brasileira no ano passado.

O país vizinho também motivou Pih a manter na gaveta o projeto de verticalizar a produção com a entrada no segmento de massas e biscoitos. Há indícios de que os argentinos vão entrar no mercado brasileiro com esses mesmos produtos. Esse será, certamente, o próximo passo dos vizinhos, afirma.

 

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