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IEMI e Abit lançam Relatório Setorial da Indústria Têxtil Brasileira

Documento aponta que a cadeia têxtil produziu em 2014 cerca de R$ 126 bilhões, o que equivale a 5,6% do valor total da produção da indústria brasileira de transformação

clique para ampliarCadeia produtiva gerou 1,6 milhão de postos de trabalho em 2014. (Foto: Reprodução)

O IEMI - Inteligência de Mercado, especializado em pesquisas e análises do setor têxtil e de vestuário, lançou em outubro a 15ª edição do “Relatório Setorial da Indústria Têxtil Brasileira - Brasil Têxtil 2015”. A série, que começou em 2001, tem como objetivo fornecer aos empresários do setor têxtil e de confecção informações estruturais e mercadológicas sobre o segmento, um dos mais importantes da indústria de transformação do País.

O documento foi produzido com o apoio institucional da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) por meio do Texbrasil (Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira) e da APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Para chegar ao resultado foram analisadas as atividades dos diversos segmentos que compõem a cadeia têxtil e confeccionista brasileira, como os de fiação, tecelagem, malharia, beneficiamento e confecção, sua estrutura produtiva, número de empresas em atividade, pessoal ocupado, volumes e valores da produção, consumo de matérias-primas, entre outros.

O documento aponta que a cadeia têxtil produziu em 2014 cerca de R$ 126 bilhões, o que é equivalente a 5,6% do valor total da produção da indústria brasileira de transformação, excluindo-se as atividades de extração mineral e a construção civil. Os empregos gerados pelo setor somaram 1,6 milhão de postos de trabalho no ano passado, ou seja, o equivalente a 16,9% do total de trabalhadores alocados na produção industrial.

No período analisado no relatório, de 2010 a 2014, o número de unidades produtivas em atividade na cadeia têxtil cresceu 6,4%, porém, sobre 2013, houve queda de 0,4%. O segmento de confecções para a linha lar foi o que mais cresceu no período de 2010 a 2014, com alta de 14%. Por outro lado, o segmento de meias e acessórios recuou 3,5%. Na confecção de vestuário, o crescimento foi de 7,6%, enquanto as fiações apresentaram queda de 3,7%, as tecelagens, de 3,6%, e as malharias, de 3,2%.

Quanto ao pessoal ocupado na cadeia têxtil, houve queda de 6,1% no setor têxtil e de 2,4% nos confeccionados, entre 2010 e 2014. Os segmentos de confecções de meias e acessórios e as indústrias de não tecidos tiveram as maiores quedas: -9,0% e -8,3%, respectivamente.

Investimentos

Os investimentos totais realizados na cadeia têxtil em 2014, em modernização e/ou ampliação da capacidade produtiva (máquinas, instalações, treinamento, etc.), estimados pelo IEMI, chegaram a R$ 4,3 bilhões, representando uma queda de 14,7% sobre os valores investidos em 2013. Por outro lado, houve crescimento de 8,1% no período de 2010 a 2014.

Em 2014, todos os segmentos de manufaturas têxteis apresentaram queda em seus investimentos quando comparados a 2013. A maior queda ocorreu no segmento de malharia (21,7%). Apenas os não tecidos tiveram crescimento, de 8,1%.

Em máquinas e equipamentos, os investimentos de 2014 atingiram R$ 2,3 bilhões, o que representa uma queda de 4,9% em relação aos valores de 2013, porém mostraram crescimento de 21,9% no período de 2010 a 2014.

O segmento de fiação foi o que apresentou a maior queda nos investimentos em máquinas e equipamentos (-12,5%) em relação ao ano de 2013.

O presidente da Abit, Rafael Cervone, declara que os números desta nova edição do Relatório Têxtil mostram um cenário de muitas incertezas para os empresários têxteis e de confecção e que a instabilidade macroeconômica tende a se manter ao longo de 2016. “Precisamos estar preparados para a retomada do crescimento. Os números deste relatório dão uma fotografia do setor, mas não podemos nos esquecer dos investimentos que continuam a ser feitos, especialmente em pesquisa e inovação, cujos estudos estão construindo um novo patamar competitivo para o setor como um todo”, explica Cervone.

“Espera-se que a recente desvalorização do real frente ao dólar americano contribua de forma efetiva para reduzir a presença dos importados no consumo interno e estimular as exportações brasileiras de artigos têxteis e confeccionados, não só revertendo parte do déficit gerado pela balança comercial do setor [que chegou a US$ 4,7 bilhões em 2014], mas adicionando, também, uma importante vertente de crescimento para a recuperação da produção nacional, afetada pela crise econômica brasileira atual”, conclui Marcelo Prado, diretor do IEMI.

Com informações da assessoria de imprensa do IEMI

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