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O que um representante comercial de Peabiru, pequeno município no noroeste do Paraná; a mulher de um caminhoneiro de Terra Roxa, no oeste paranaense; e um estudante de engenharia de Curitiba teriam em comum, fora morar no mesmo estado? Os três apostaram em ideias inovadoras e, hoje, são empreendedores de sucesso.
Emerson Carlos Simonelli, da Reymann; Luciane de Paula Fedrigo, da Aconchego do Bebê; e Caio Philippe Bonatto, da Tecverde, contaram o “pulo do gato” inovador de seus negócios durante o Encontro das Micro e Pequenas Indústrias do Paraná, realizado em maio, no Campus da Indústria, em Curitiba. O encontro reuniu 1,2 mil pessoas em dois dias de evento. O formato das apresentações foi desenvolvido pela Escola de Criatividade.
Foi em uma viagem à China, enquanto observava pessoas no café da manhã do hotel tendo dificuldade com o manuseio de uma torradeira de pão, que Emerson Simonelli teve uma ideia: por que não fabricar um equipamento inovador, usando as resistências elétricas cujas vendas até então representava? “A percepção de uma necessidade levou à criação de um tostador de pão revolucionário e interativo, com painel touchscreen e display que permite enxergar e controlar o que acontece lá dentro.”
Com auxílio do Sebraetec – Serviços em Inovação e Tecnologia, programa que subsidia a execução de projetos de inovação, o empreendedor de Peabiru, município de 14 mil habitantes, espera pela finalização do primeiro lote de seu invento. Emocionado, ele conta que já idealizou outras quatro inovações no produto, que devem ser incorporadas em um segundo momento. “Tenho outros três produtos em desenvolvimento. Isso saiu de um sonho, de várias reuniões e noites sem dormir. O objetivo é facilitar a vida das pessoas.”
Oportunidade
Nunca é tarde para inovar. Prova disso é a empresária Luciane Fedrigo, 39 anos, 15 à frente da Aconchego do Bebê. A indústria de roupas para crianças, conta ela, surgiu a partir de um bate-papo entre mulheres de caminhoneiros que sentiam a necessidade de ter uma atividade. Aos poucos, as sócias foram desistindo, e Luciane colocou a família para ajudar a tocar o negócio.
A morte do marido em um acidente automobilístico não foi empecilho para continuar o sonho familiar. “Voltei a estudar, procurei parceria com o Sebrae e apoio do Senai na formação de mão de obra. Minha mãe profissionalizou pessoas, com cursos, e percebemos a necessidade de melhorar o produto, fazendo peças mais elaboradas, da modinha”, recorda.
Uma década e meia mais tarde, a indústria conta com 300 funcionários na sede, em Terra Roxa, três facções ao redor e outras 15 terceirizadas, em um raio de 100 quilômetros. Atualmente, 6% do faturamento provêm de exportações ao Paraguai. “Valorizamos o capital humano, com festas e treinamentos. Nunca parar de inovar e de aprender é um diferencial”, ensina.
Inquietação
“Será que precisamos de mudanças?” A pergunta que inquietou um grupo de estudantes de engenharia de Curitiba foi o start para a criação de uma empresa inovadora, que há cinco anos produz casas em escala industrial, a Tecverde. A ausência de recursos financeiros e a missão de transformar a construção civil em um setor mais industrializado e sustentável eram os desafios do grupo. “Adaptamos tecnologias à realidade brasileira e conseguimos industrializar 60% dos processos que, até então, eram feitos em canteiros de obras. Isso torna possível um gerenciamento semelhante a uma linha de montagem de automóveis”, conta Caio Bonatto, um dos fundadores e atual presidente da empresa.
O projeto, que começou com a construção de residências para público de média e alta renda, chegou ao Minha Casa Minha Vida (programa de habitação do governo federal). “Fazemos uma casa dessas em três horas, com gasto de quatro vezes menos de mão de obra. São mil casas construídas em um ano, com 24 pessoas na linha de produção. Hoje temos mais engenheiros mecânicos que civis na empresa.” Premiada no Brasil e no exterior, a Tecverde oferece a construção de casas customizadas, com tecnologias sustentáveis, cujo projeto pode ser ‘montado’ pelo cliente no site da empresa.
Eloi Zanetti
Cofundador da Escola de Criatividade, Eloi Zanetti recordou, durante a palestra Histórias Inovadoras, que inovação não é fruto do acaso, mas resultado de gestão e processos. Ele ressalta, porém, que a inovação começa pela criatividade e imaginação, habilidades individuais que não podem ser cerceadas ou burocratizadas pela empresa. “Sem brincadeira, não há criatividade”, resume. Neste processo, escutar pessoas e enxergar necessidades é fundamental. “A Zara não é uma empresa de roupa, é de logística. Ela tem ‘olheiros’ nos principais centros da moda do mundo, fotografando as modinhas, para desenvolver seus produtos.”
Além de nomes famosos como Pixar, Suvinil, Lacta e Nespresso, entre as histórias de inovação apresentadas por Zanetti, estão casos paranaenses como a Luminárias Accord, de Dois Vizinhos, no sudoeste do Estado, uma empresa que, de moveleira, se transformou em fábrica de luminárias de madeira, após identificar uma carência do mercado; a Omega Design, de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, que inovou mudando o layout da fábrica; a PZL, de Londrina, no norte, pioneira na fabricação de equipamentos nas áreas médicas e de laticínios; além do médico de Maringá, no noroeste do Estado, Fábio Bueno, que bateu recordes na venda de livros por meio de vending machines.
O Encontro
Com a proposta de fomentar um ambiente favorável ao fortalecimento da competitividade industrial, o Encontro das Micro e Pequenas Indústrias do Paraná promoveu palestras, painéis e uma série de oficinas relacionadas a investimentos e novas ideias. O Encontro foi fruto de uma parceria entre a Fiep, Sebrae/PR, Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas (Fampepar) e Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap). Com formato interativo, idealizado pela Escola de Criatividade, o encontro levou aos presentes elementos curiosos, como um labirinto com várias saídas, pontos de encontros, histórias de inovação, uma sala de espelhos, um confessionário e debates provocativos.
Fonte: Agência Fiep