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As indústrias do setor de vestuário podem ficar de olho em um canal de varejo que está ampliando o mix e que pode significar por um lado uma forte concorrência e, por outro, uma boa opção para a distribuição de produtos do vestuário: os supermercados. A informação faz parte do Boletim de Tendência em Moda do Sebrae Inteligência Setorial de março.
De acordo com a publicação, que entrevistou Adriana Costa, diretora da categoria de moda do Walmart, o foco do investimento neste setor está nos consumidores das classes C e D e os produtos mais procurados são camisetas, peças jeans, lingeries, meias e underwear.
Entre os motivos que fazem com que as compras de peças de vestuário cresçam nestes ambientes estão justamente a praticidade e acessibilidade. O consumidor já precisaria ir ao espaço, então aproveita para suprir também esta necessidade. Os clientes aproveitam também condições facilitadas de pagamento e preços que, muitas vezes, são mais atrativos do que nas lojas especializadas.
Em função do crescimento, os supermercados também têm investido no segmento, dando destaque para o espaço destinado à comercialização de roupas, montando provadores confortáveis para os consumidores e caprichando na ambientação. Os mercados também investem em coleções com marca própria e na oferta de itens afinados com as tendências da moda.
Cuidados
De acordo com Marcelo Prado, do IEMI Inteligência de Mercado, em palestra realizada no final do ano passado para o Conselho Setorial da Indústria Têxtil e do Vestuário do Sistema Fiep, esse tipo de canal é interessante, mas é preciso cuidado por parte do industrial. Ele explicou que as indústrias precisam avaliar qual o posicionamento desejado para sua marca e acompanhar de perto para quem ela está sendo destinada, como está sendo exposta e ambientada. Desta forma, as indústrias devem contribuir para o avanço de suas vendas, seja nos supermercados ou nos pequenos pontos de venda espalhados pelo país.
Carol Fernandes, especialista em moda do Senai Moda Design, afirma, em entrevista ao Boletim de Tendência do Sebrae, que os pequenos negócios devem pensar em oferecer ao consumidor não somente o produto, mas a oferta de um estilo de vida. “Oferecer itens que fazem parte do estilo de vida de seu público agregando, por exemplo, livros e outros itens na loja, além da vestimenta, vão contribuir. Isto está relacionado ao fato das pessoas buscarem a praticidade, comodidade e simplicidade. Ao ofertar produtos que fazem parte do estilo de vida de seu público-alvo, a experiência de compra será parecida com a de um cliente no supermercado, que consegue realizar compra de diversos artigos que necessita, em somente um local”.