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A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) inaugurou no
dia 17 de janeiro o "Importômetro". Trata-se de um painel que mede as importações brasileiras de produtos
têxteis, e apresenta como resultado o número de empregos que deixaram de ser oferecidos pelas empresas do setor.
Os resultados são alarmantes. De acordo com o painel, somente em janeiro deste ano, esse número já ultrapassa
39 mil postos de trabalho.
Para o presidente do Sinvespar, Cláudio Latreille, a ação é
importante para retratar para o povo brasileiro como o mercado está se comportando, além de mostrar a insatisfação
aos nossos representantes. "Unindo forças, ficamos cada vez maiores e mais organizados. O melhor caminho é mobilizar
iniciativas para conseguir visibilidade", afirma. Segundo ele, a ação da Abit vem ao encontro dessa forma de
pensamento. "Estamos vivendo um dos piores momentos para o setor e essa pressão é fundamental para que medidas
sejam tomadas", aponta Latreille.
Segundo o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, o cenário ainda pode piorar se o governo federal não adotar
medidas eficazes para o setor. "A única saída para conter a desindustrialização total do setor
é a redução da carga tributária ou mesmo a desoneração integral", ressalta.
Emprego
- Segundo dados do Ministério do Trabalho referentes ao ano de 2010, o Paraná é o sexto Estado em
geração de empregos no setor têxtil, com 98 mil postos de trabalho. O Estado fica atrás de
São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Ceará. O setor é o segundo que mais emprega
no Estado, perdendo apenas para a indústria de alimentos.
Campagnolo aponta que, além da facilidade da entrada de produtos importados no Brasil devido à deficiência
da fiscalização, a desvalorização do dólar contribui para o aumento da importação.
Por outro lado, as medidas adotadas pelo governo apenas minimizam o problema. "Algumas medidas adotadas recentemente diminuem
o problema, mas não resolvem. O governo tinha que desonerar por completo o setor têxtil", reforça.
Para
o presidente da Fiep, a indústria têxtil brasileira é atrativa, principalmente pelo design e pela qualidade
dos produtos, mas é pouco competitiva pelo custo da operação. "Não queremos criar barreiras para
entrada legal dos produtos importados, como está fazendo a Argentina, por exemplo. O caminho é dar uma condição
melhor de competição ao produto brasileiro."
Importações - De acordo com dados do
Departamento Econômico da Fiep, o Brasil importou US$ 4,6 bilhões em produtos têxteis em 2011. Isso significa
um aumento 21% em relação a 2010, No Paraná, os números são ainda mais alarmantes. O Estado
importou US$ 181 milhões no mesmo período, um crescimento de 86% em relação aos US$ 97 milhões
em 2010. Os países que mais vendem produtos têxteis para o Brasil são China, Índia, Indonésia
e Bangladesh.
O setor também teve uma queda acentuada no desempenho em 2011. O segmento de têxtil teve o pior desempenho
nacional, registrando retração de 14%, enquanto a queda na atividade de vestuário foi de 5%.
Campanha
- Além da inauguração do importômetro, a Abit lançou também uma campanha para
colher um milhão de assinaturas e, com isso, pressionar o Congresso a adotar medidas mais eficazes para aumentar a
competitividade da indústria têxtil brasileira. A Fiep apoia a campanha. O formulário para assinatura,
bem como o painel atualizado em tempo real, estão disponíveis no site da Abit.