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O industrial Edson Luiz Campagnolo, novo presidente da Fiep para os próximos quatro anos, atua há 32 anos
no setor do vestuário, sendo proprietário da Rocamp Indústria e Comércio de Confecções,
com sede em Capanema, no Sudoeste do Estado.
A empresa, que fornece para marcas mundiais do segmento esportivo e para
empresas do setor automotivo e do agronegócio, possui fábricas em Capanema, Santo Antônio do Sudoeste,
Planalto e Itaipulândia do Paraná.
Como liderança empresarial, Campagnolo iniciou suas atividades
em 1995 como presidente da Associação Empresarial de Capanema e, no ano seguinte, presidiu a Coordenadoria das
Associações Empresariais do Sudoeste. Foi presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário
do Sudoeste do Paraná (Sinvespar) entre 2002 e 2007 e também exerceu, em 2007, o cargo de secretário
municipal de Indústria e Comércio de Capanema.
Nesta entrevista exclusiva ao Boletim Sinvespar, Campagnolo
ressalta a importância da profissionalização das entidades e defende a importância do associativismo
e da união de esforços em torno de causas comuns.
Boletim Sinvespar - Quais os aprendizados que o senhor aprimorou à frente do Sinvespar e pode aplicar na
gestão da Fiep?
Edson Campagnolo - No tempo em que fiquei à frente do Sindicato, entre 2002 e
2007, trabalhei pela profissionalização da entidade, junto com nossa diretoria e as mais de 300 empresas representadas.
Com isso, conseguimos implantar importantes projetos que deram visibilidade ao setor do vestuário de nossa região.
Um dos principais foi a criação do Polo Moda Sudoeste, que, a partir de 2004, passou a ser inserido nos projetos
dos Arranjos Produtivos Locais. Por meio do Sinvespar, conseguimos, por exemplo, mobilizar empresários, Sistema Fiep,
Sebrae Paraná, Ministério da Integração Nacional e dez prefeituras para a instalação
de centros de treinamentos para qualificar mão de obra para o setor, com investimentos que chegaram a R$ 5 milhões.
Levar essa metodologia para outros setores e regiões do Estado é uma estratégia que também adotaremos
à frente da Fiep.
Boletim Sinvespar - Como o senhor avalia o setor do vestuário no Estado?
Campagnolo
- Temos muita matéria-prima aqui no Paraná, mas, em vários casos, ela acaba sendo processada em outros
Estados, com os produtos voltando para cá com maior valor agregado. É o caso também da madeira e do trigo
produzidos aqui. Queremos fazer com que toda a cadeia produtiva esteja dentro do Paraná e esses produtos sejam fabricados
aqui. Além disso, a implantação do APL de Moda Sudoeste só foi possível pela união
entre setor produtivo, entidades representativas e o poder público. O fato de que sempre alcançamos melhores
resultados quando trabalhamos juntos é outro aprendizado que ficou daquela época e que, certamente, também
buscarei aplicar na gestão da Fiep.
Boletim Sinvespar - Como as pessoas podem se inspirar no seu exemplo e chegar a exercer uma posição de destaque como a presidência da Fiep?
Campagnolo - Desde o começo de minha trajetória empresarial, me envolvi na busca de soluções
para questões que afetavam não apenas minha empresa, mas o setor como um todo e a comunidade. Todo empreendedor,
em si, já tem um viés de não se acomodar com as questões que atrapalham o desenvolvimento do seu
negócio. O empreendedor busca alternativas de mudanças e de melhorias, oferecendo soluções. Isso
imediatamente remete à defesa das causas tanto do seu negócio como das causas comuns. Sempre fui movido por
idealismo, sem o viés político-partidário. Acredito que seja mais fácil defender demandas quando
você tem liberdade e não está atrelado a uma corrente política. Por tudo isso, acabei me envolvendo
com a representação institucional, trabalhando em entidades representativas, começando o caminho que
me trouxe até a presidência da Fiep.
Boletim Sinvespar - Como o senhor avalia a importância
do associativismo?
Campagnolo - Fortalecer o associativismo é fundamental para que o setor industrial
consiga defender seus interesses e buscar soluções que ampliem sua competitividade, contribuindo, assim, com
o desenvolvimento econômico e social do Estado e do País. Nós, da indústria do vestuário
paranaense, já tivemos vários exemplos da força de nossa união. O último deles aconteceu
este ano, quando a mobilização de empresários e dos sindicatos do segmento pressionou o Governo do Estado
para que fosse prorrogado o desconto no ICMS que havia sido concedido anteriormente ao setor. A medida é essencial
para manter nossa competitividade, preservando empregos e renda que poderiam ir para outros Estados ou até outros países.
Não fosse a união do setor através das entidades sindicais e representativas, não teríamos
alcançado esse resultado. Por reconhecer a importância do associativismo, a nova gestão da Fiep tem como
uma de suas prioridades o fortalecimento e a profissionalização dos sindicatos industriais paranaenses. Os sindicatos
são a razão da existência da Fiep e é preciso ampliar ainda mais o acesso deles a todos os benefícios
que a Federação pode lhes oferecer, contribuindo para que forneçam novos serviços às suas
empresas, ampliem seu quadro associativo e alcancem sustentabilidade financeira.