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Investidores 'anjos' contribuem com crescimento das startups

Tema foi discutido durante seminário em Londrina com objetivo de apresentar para empreendedores aspectos jurídicos e contábeis que devem ser observados na hora de fazer aporte de capital nas empresas

clique para ampliarclique para ampliarEmpreendedores tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas sobre as modalidades de abertura de capital (Foto: Divulgação/OAB Londrina)

As startups são empreendimentos gerados a partir de ideias inovadoras e promissoras, principalmente associados à área de tecnologia, que se mostraram extremamente lucrativos e sustentáveis. As startups têm revolucionado o mercado ao apresentar novos modelos de negócios em todo o mundo, inclusive em Londrina, que possui um ecossistema favorável para a criação de novas empresas, graças à presença de ‘atores’ como incubadoras, grupos de investidores, universidades e escritórios de coworking

De olho nas necessidades das empresas nascentes, o Sebrae/PR e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Londrina promoveram o seminário “Transformar ideias em negócios inovadores - Desafios jurídicos e contábeis”, no dia 24 de fevereiro. Na ocasião, especialistas apresentaram os benefícios da abertura de capital, além da importância dos aceleradores de negócios para oferecer condições de crescimento para as startups.

Para o advogado Fernando Stacchini, os investidores ‘anjos’ podem contribuir para o sucesso de uma startup e atuam como conselheiros na empresa. “Os investidores ‘anjos’ são profissionais que resolvem aplicar dinheiro em um negócio em que eles possam agregar valor. São investidores que têm a obrigação de apoiar o negócio com sua experiência profissional e estão interessados no crescimento da empresa, e não apenas no lucro que o empreendimento irá gerar. Normalmente, o investimento no negócio gira em torno de R$ 100 mil a R$ 200 mil”, explicou.

Esta modalidade também é conhecida como “smart money”, que significa a soma do valor monetário e do conhecimento do investidor ‘anjo’. “Esses investidores são como ‘padrinhos’ do negócio”, frisou Stacchini.

Mas o que as startups devem fazer para atrair o interesse dos investidores? De acordo com o especialista, o primeiro passo é a organização da empresa, que passa por questões como registro da propriedade intelectual (patente, marca, domínio, direitos autorais e segredos); contratos com fornecedores que garantem a proteção dos produtos e serviços oferecidos pela empresa; organização societária flexível para a entrada de novos sócios, ou seja, dos investidores; além de contratação adequada do quadro de funcionários. “As empresas que se preocupam com esses aspectos mostram para os investidores que o negócio está organizado, fator que representa um risco menor na hora de fazer um investimento”, disse Stacchini.

Suporte técnico

Outra dica do especialista é a contratação de um advogado com perfil conciliador, capaz de ajudar na elaboração de contratos que não tragam prejuízos futuros para a empresa, sócios e investidores. “O trato entre as partes precisa ser bem conduzido. A sociedade é como se fosse um casamento e cabe ao advogado oferecer orientações sobre o que é preciso regularizar no contrato com o investidor, como direito ao voto, como a empresa será administrada, como fazer para vender sua participação ou como proceder na entrada de novos sócios”, relatou.

O advogado também chamou a atenção para os cuidados que as empresas de softwares e de aplicativos devem tomar na elaboração de contratos com os fornecedores ou pessoas jurídicas, que são contratados para desenvolver os produtos. “Os softwares precisam ser registrados. É fundamental estabelecer um contrato de confidencialidade com o fornecedor, para proteger a empresa. Todos os contratados devem ter em mente que aquele software é do empregador”, enfatiza.

No caso da confecção de aplicativos, é importante assinar termos de condição de uso e adotar uma política de privacidade dos usuários. “No próximo ano, teremos a aprovação de uma legislação específica para dados pessoais, que será bem rigorosa. Por isso, é importante que as empresas adotem uma política de proteção. As startups que tomam esses cuidados chamam a atenção dos investidores”, acrescentou Stacchini.

Experiência

O empresário londrinense Fernando Kireeff também participou do debate e contou sobre a experiência dele como investidor ‘anjo’. “Desde que comecei a investir em startups, sempre levei em conta as pessoas que estão no comando do negócio. Elas precisam ter as características de um bom empreendedor, como o comprometimento de se dedicar ao negócio 24 horas por dia, sete dias por semana”.

Outro aspecto analisado por ele é a escalabilidade do negócio. Um modelo escalável e repetível ajuda a empresa a atingir um grande número de clientes e gerar lucros em pouco tempo, sem haver um aumento significativo dos custos. “A startup só existe porque os negócios digitais tem escalabilidade, conseguem ser replicados globalmente com grande facilidade. Isso justifica a exposição do capital”, esclareceu Kireeff.

O terceiro ponto analisado é questão dos riscos para o investidor. “Quanto menos ‘ruídos’ houver no negócio, mais fácil será para efetivar a sociedade. A desorganização traz uma má impressão para o investidor, que passa a questionar: será que essa empresa tomará os devidos cuidados quando crescer”, destacou o empresário.

O seminário incluiu a discussão de outras formas de abertura de capital. O Venture Capital é uma modalidade para os investidores que desejam fazer aportes em empresas desenvolvidas, ao passo que o Private Equity diz respeito aos investimentos em empresas que já estão consolidadas.

No tema “Holding - estratégia para novos negócios” foram abordadas as etapas e vantagens na criação da empresa "Holding" enquanto instrumento estratégico de planejamento e organização societária da corporação. 

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