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As criações da estudante Nayara Souza Costa, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), brilharam na passarela do Paraná Criando Moda, que propôs nesta 14ª edição o desenvolvimento de coleções utilizando o fio da seda - matéria-prima abundante e da qual o Paraná é o maior produtor do ocidente. A premiação foi realizada no dia 27 de novembro.
O júri teve a difícil tarefa de analisar os trabalhos de doze estudantes paranaenses, levando em conta critérios como qualidade da apresentação das peças, criatividade e adequação ao tema. Fizeram parte da comissão avaliadora Enéas Neto (estilista), Heloisa Omini (publicitária, sócia-diretora da R2E - Retail 2 Engage by Shopfitting), Roberto Couto (editor do Caderno Viver Bem da Gazeta do Povo), Giulia Tesoriere (estilista italiana), Valeska Fonseca Nakad (consultora de moda formada pelo Instituto Italiano Della Moda e coordenadora do curso de Design de Moda do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo) e Wilsa Figueiredo (coordenadora nacional de Varejo da Moda do Sebrae).
Sob o tema “Ceda à Seda”, cada participante apresentou dois looks para diferentes propostas, uma conceitual e outra comercial. Para o desenvolvimento de suas criações, eles contaram com até 10 metros do tecido. Tendo a seda por base, os jovens designers buscaram abordagens diferenciadas, valendo-se de referências que vão desde a natureza e anatomia do bicho da seda e seu casulo até a história da produção do tecido no estado e as tradições inspiradas pelo material.
Nayara, que conquistou o 1º lugar, com o prêmio de R$ 7 mil, uma visita a Werner Tecidos e um manequim de modelagem da Expor Manequins, dividiu o pódio com Alberani da Conceição (Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Apucarana), que faturou o 2º lugar e um prêmio de R$ 5 mil, e Leila Maria Fernandes Foggiato (Faculdade Tecnológica Senai de Curitiba), que ficou em terceiro lugar com o prêmio de R$ 3 mil.
A vencedora Nayara afirma que o resultado do concurso representou um reconhecimento de um trabalho sucinto, porém muito importante. “A experiência proporcionou que eu me conhecesse melhor como profissional, além de me dar a oportunidade de lidar com um material diverso daqueles com os quais trabalhamos a maior parte do tempo”, explica a estudante. “A iniciativa do Sindvest Maringá com o Vale da Seda expandiu nossos horizontes, e nos fez ver além do estereótipo que a seda evoca, apresentando possibilidades de tramas e texturas inusitadas, que absorvi em meu trabalho, mas também em contato com as criações dos outros participantes. Tudo isso se soma agora ao meu repertório. O Paraná Criando Moda ajudou a me enxergar como criadora, e também a construir minha identidade, que está expressa nos looks confeccionados para a apresentação, o que só alimenta ainda mais meu desejo e projeto de, um dia, ter minha própria marca.”
Para Alberani, o segundo colocado, o prêmio tem um significado muito especial: “Em um momento particular de abertura tanto espiritual quanto profissional, a classificação entre os vencedores confirma a ideia de que o caminho que estou tentando alcançar vem sendo lapidado cuidadosamente, com resultados que representam uma validação da minha futura carreira. Até lá, pretendo continuar participando de concursos, pois foi uma experiência enriquecedora”.
Em 3º lugar, Leila conta que o anúncio do resultado foi para ela uma honra e uma grata surpresa. “Aos 55 anos, quando colocada lado a lado com tantos jovens profissionais com grande potencial criativo, me preocupei que não conseguiria produzir algo significativo”, afirma, ressaltando que esse reconhecimento lhe dá esperança, pois aponta a possibilidades de concretizar um sonho e de contribuir com trabalhos relevantes para a moda paranaense.
Missão cumprida
Para Rosângela Corrêa, gerente do Sindvest Maringá - entidade organizadora do evento -, por ser uma plataforma consolidada, com 14 anos de existência, o concurso cumpriu seus objetivos principais, que são criar uma identidade para a moda paranaense e promover novos talentos, mostrando para os empresários a importância destes profissionais no setor. “Nossa intenção é evoluir e se adequar, para acompanhar o que os alunos de moda estão produzindo, priorizando uma banca julgadora que tenha know how para avaliar os alunos, assegurando a qualidade do resultado, além de temas pertinentes e atuais, como é o caso da seda”.
“O Paraná abriga o Vale da Seda, maior produtor do ocidente, reconhecido mundialmente pela qualidade de sua produção. Ao mesmo tempo, as marcas precisam, mais do que nunca, de um diferencial. Portanto, essa edição buscou estimular os confeccionistas a incluírem o material, visando uma produção de vanguarda, além de desmistificar a ideia de que se trata de um material caro, uma vez entendida a qualidade e sustentabilidade como bons diferenciais, que o mercado valoriza cada vez mais”, afirma Rosângela. “A realização do concurso teve muito cuidado com a construção dessa identidade a partir do tema, desde a concepção até os últimos detalhes. Em uma justa homenagem, a premiação este ano foi realizada no Parque do Japão, patrimônio de Maringá, cidade-irmã de Kakogawa, no Japão”.
Além do coquetel e da cerimônia de premiação, os convidados do evento tiveram ainda a oportunidade de conferir a exposição realizada pelo Projeto “Identidade, trabalho e arte: as artesãs do Vale da Seda”, que convidou cinco artistas paranaenses para produzirem duas obras de arte cada um, utilizando como base casulos de bicho da seda, fios de seda e tecidos de seda, com o objetivo de fortalecer a identidade de um produto típico da região, através da valorização do trabalho das artesãs do Vale da Seda, que já produzem a partir desta matéria-prima, bens culturais.
Redação por assessoria de comunicação do Sindvest Maringá