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O governo federal anunciou um pacote de medidas e desonerações fiscais para incentivar a indústria nacional. O pacote foi estruturado a partir de reuniões com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, com empresários do país a fim de equacionar as demandas do setor produtivo. Pelo programa, serão contemplados 15 setores, como têxtil, confecções, couro e calçados, móveis, plásticos, material elétrico, autopeças, ônibus, naval e aéreo, entre outros.
No entanto, para o presidente do Sindvest, Cássio Murilo de Almeida, as medidas precisam ser mais profundas que ampliem a competitividade dentro do Brasil. "Atitudes pontuais dão resultado a curto e médio prazo, mas, a longo prazo, ainda não é o suficiente", afirma. É necessário desonerar a folha de pagamentos não apenas em 20% e rever a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que, segundo ele, é muito antiga e tem situações absurdas. "Hoje a dinâmica é outra no setor. Para ampliar o quadro de funcionários temos muitas penalidades, o que desestimula a geração de empregos", diz.
O presidente da Fiep, Edson Campagnolo, defende a necessidade de reformas, especialmente no combate à entrada de produtos importados no Brasil. "É preciso enfrentar as mudanças estruturantes necessárias e fazer reformas definitivas, como a Tributária, Fiscal, Trabalhista e Previdenciária. Só assim a indústria brasileira será verdadeiramente competitiva", declarou.
Benefícios - Entre as medidas anunciadas com o objetivo de aumentar a competitividade das indústrias, destaca-se a desoneração da folha de pagamentos para 11 setores, que vão se somar aos já contemplados anteriormente. Em relação à invasão de produtos importados no país, Mantega assumiu o compromisso de frear a entrada de importados. Para isso, ele aposta na aprovação de uma medida para acabar com a Guerra dos Portos, onde alguns Estados oferecem descontos de ICMS para a entrada de produtos estrangeiros.
O pacote anunciado pelo governo federal traz ainda outras iniciativas que pretendem estimular a atividade industrial no país. Entre elas, a desoneração de impostos e contribuições para investimentos em portos, ferrovias, galpões de armazenagem e sistemas de proteção ambiental. Indústrias dos setores mais afetados pela crise, entre eles o têxtil, também terão postergação para o pagamento de PIS e Cofins, com os prazos sendo adiados de abril ou maio para novembro ou dezembro.