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Senai: educação e inovação a serviço da indústria

Tendo a educação como um dos pilares, Senai oferece aos trabalhadores cursos de iniciação profissional, aprendizagem industrial, qualificação e aperfeiçoamento profissional, cursos técnicos, graduação tecnológica e pós-graduação.

clique para ampliar>clique para ampliarMarco Secco, diretor do Senai no Paraná (Foto: Agência Fiep)

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) no Paraná possui o maior complexo de Educação Profissional e Tecnológica e de Tecnologia Industrial e Inovação do Estado. Tendo a educação como um dos pilares, a instituição oferece aos trabalhadores cursos de iniciação profissional, aprendizagem industrial, qualificação e aperfeiçoamento profissional, cursos técnicos, graduação tecnológica e pós-graduação.

De acordo com o diretor do Senai no Paraná, Marco Secco, por meio do Senai as indústrias também podem ter acesso a soluções tecnológicas, consultoria, ensaios laboratoriais e apoio tecnológico. Com 51 unidades distribuídas pelo Paraná e Centros Nacionais de Tecnologia nas mais diversas áreas de atuação industrial, o Serviço tem recebido grandes investimentos com foco, principalmente, na promoção da inovação da indústria.

Confira nesta entrevista com o diretor como o trabalho realizado pela instituição pode gerar novas oportunidades para os industriais de todo o Estado.

BOLETIM DA INDÚSTRIA: Em termos de capacitação e condições de trabalho, de modo geral, como está a situação do trabalhador industrial paranaense, na comparação com trabalhadores de outros estados?
MARCO SECCO:
Em termos de capacitação, os trabalhadores do Paraná têm à disposição 51 Unidades fixas do Senai que realizam cursos profissionalizantes em mais de 400 pontos de atendimento. A entidade oferece formação para os trabalhadores da indústria através de cursos de iniciação profissional, aprendizagem industrial, qualificação profissional, aperfeiçoamento profissional, cursos técnicos, graduação tecnológica e pós-graduação, além de cursos à distância e in company. No ano passado, foram realizadas mais de 340 mil matrículas, nos mais de 1.200 cursos oferecidos.

Essa grande oferta está alinhada ao crescimento dos empregos formais no Estado. De acordo com a RAIS 2012, o número de empregos formais no Paraná alcançou 3,034 milhões em dezembro de 2012, como resultado do crescimento de 3,88% em relação ao estoque de emprego de dezembro de 2011. Em termos absolutos, essa performance decorreu do acréscimo de 113,4 mil postos de trabalho, em relação a dezembro do ano anterior.

Ainda de acordo com a RAIS 2012, o rendimento real médio do trabalhador paranaense também sofreu acréscimo, foram 3,38% em relação a dezembro de 2011, como resultado de variações positivas nas remunerações médias o que comprova uma boa fase da indústria paranaense.

BOLETIM DA INDÚSTRIA: Em 2014, no âmbito da educação profissional, quais são as principais metas do Senai no Paraná?
MARCO SECCO:
A meta é ampliar o número de matrículas, chegando a 400 mil. Desse total, quase 90% será voltado para o aperfeiçoamento básico dos trabalhadores, outras 25 mil vagas devem atender profissionais de nível técnico e o restante para cursos tecnológicos e de nível superior.

Vale ressaltar para os sindicatos e indústrias que 80% das matrículas são gratuitas e o Senai pode atender de forma customizadas os diversos setores produtivos.

BOLETIM DA INDÚSTRIA: Promover a educação profissionalizante sempre foi o eixo principal do Senai. Porém, ultimamente, o Senai também está bastante focado em promover a inovação industrial. Por que esse novo campo de atuação passou a ser também prioritário e como foi esse processo?
MARCO SECCO:
A par de toda a expansão nos programas de Educação Profissional Tecnológica, a Confederação Nacional da Indústria, Senai, Sesi e IEL pretendem lançar um movimento de reflexão sobre a escola brasileira que resulte em uma agenda nacional em que a educação brasileira atenda a um projeto nacional de desenvolvimento. Esse movimento já foi iniciado para as áreas de Tecnologia, Pesquisa Aplicada e Inovação com a implementação dos Institutos de Tecnologia e Inovação, com foco de atuação em pesquisa aplicada, serviços metrológicos e consultorias tecnológicas.

No Paraná, em 2013, foi inaugurado o laboratório do Instituto de Inovação em Eletroquímica e até 2016 serão lançados sete Institutos de Tecnologia: Madeira e Mobiliário (Arapongas), Tecnologia da Informação e Comunicação (Londrina), Química e Meio Ambiente (Curitiba), Alimentos e Bebidas (Toledo), Construção Civil (Ponta Grossa), Celulose e Papel(Telêmaco Borba) e Metalmecânica (Maringá). Esses Institutos já se encontram com serviços em andamento e estão recebendo investimentos (equipamentos, recursos humanos e estrutura física) para ampliação da capacidade técnica e tecnológica em aderência aos desafios competitivos da indústria nacional. Para tanto, o Senai conta com parceiros estratégicos como Instituto Fraunhofer (Alemanha) e MIT/ Massachusetts Institute of Technology (EUA) no delineamento do modelo de atuação dos Institutos focados nas demandas das indústrias e setores estratégicos para o Brasil.

As ações são transversais e visam atender todas as indústrias, independente do segmento e do tamanho. Pequenas e médias indústrias podem contar, por exemplo, com as ações móveis de consultoria e ensaios laboratoriais.

BOLETIM DA INDÚSTRIA: Quais serão, em 2014, os principais projetos do Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica? E quais foram as principais conquistas desse instituto até o momento?
MARCO SECCO:
Neste primeiro bimestre foram discutidos projetos que aguardam resultados de editais de fomento, dentre os quais podemos citar: desenvolvimento de elastômeros condutores, montagem e reciclagem de baterias de íons lítio, fixação de CO2 por microalgas, cerâmica bactericida, catalisadores para produção de biodiesel, tinta especial para proteção à corrosão em UHE e argamassas especiais.

Dois outros projetos estão em andamento, o primeiro utiliza sensores eletroquímicos para fazer diagnóstico de doenças em bovinos. A grande novidade do produto que está sendo desenvolvido para uma empresa start-up é a possibilidade de fazer os testes em campo, sem a necessidade de realizar exames dentro dos laboratórios. O diagnóstico sai na hora.

O segundo projeto trata da fabricação de tinta especial com capacidade autocurativa. Quando uma superfície sofrer um dano na pintura, a tinta se regenera automaticamente em questão de horas no local que foi danificado. Evitará a corrosão e manterá as propriedades visuais intactas.

Além do instituto paranaense, equipes que irão integrar o Instituto Senai de Inovação em Minas Gerais e em São Paulo já trabalham juntas no projeto.

BOLETIM DA INDÚSTRIA: Como os empresários podem se relacionar com os serviços desse instituto e como ele pode incrementar o desenvolvimento das indústrias paranaenses de maneira ampla?
MARCO SECCO:
Com foco em Eletroquímica, o ISI tem como objetivo desenvolver soluções que fortaleçam a competitividade e a produtividade em vários segmentos industriais. A ideia é que os projetos desenvolvidos sejam sempre na modalidade de “cluster”, ou seja, envolvam mais de uma empresa. Isso gerará, além de otimização de tempo, desenvolvimento das empresas locais. Ao colocar as empresas trabalhando juntas desde o início do projeto, estaremos incrementando toda a cadeia produtiva de determinado setor, pois a inovação não fica restrita a apenas um setor. Assim, movimentaremos a economia do Estado todo. Até 2015, a infraestrutura do ISI no Paraná deverá ser ampliada, com um novo edifício de 10 mil metros quadrados, sendo 2 mil deles em laboratórios, orçado em mais de R$ 50 milhões.

BOLETIM DA INDÚSTRIA: Já foi cogitada a criação de um Instituto Senai de Energia Renovável em parceria com a Itaipu. É possível você comentar sobre esse projeto? Quando ele deve ser implementado?
MARCO SECCO:
Esta é uma oportunidade que enxergamos para um segundo momento de expansão da rede dos institutos. Atualmente já existe um Instituto na área de energia em Natal.

BOLETIM DA INDÚSTRIA: O que você pode adiantar sobre o edital de inovação de 2014? E como você avalia os resultados dos últimos editais?
MARCO SECCO:
O investimento em inovação no nosso país ainda precisa ser estimulado, como estratégia de desenvolvimento industrial e econômico. A contribuição do Senai nesse sentido é de atuar no cenário pré competitivo. O Edital de Inovação é um das ações de sustentação dessa estratégia, com abrangência nacional. A partir do Edital, as indústrias de todos os segmentos industriais com projetos aprovados podem acessar uma gama de serviços metrológicos, de consultorias e de pesquisadores, subsidiados pelo Senai. Trata-se de Cooperação Senai-Indústria com apoio de parceiros (CNPq, universidades, instituições, outras empresas, por exemplo).

No Paraná, o interesse e a submissão de projetos pelas indústrias paranaenses ao Edital de Inovação vêm crescendo ano a ano (inscrições aumentaram 100% em relação ao ano anterior). E o número de projetos aprovados, também. Hoje, a carteira de projetos em Cooperação Senai-Indústrias já ultrapassa a 40 projetos, com mais de 70% de inserções dos produtos no mercado pelas empresas, além de patentes requeridas.

A cada nova chamada do Edital de Inovação, o Senai avalia as propostas das indústrias nos seguintes aspectos, conforme o regulamento nacional: caráter inovador, o plano de negócios da indústria com a proposta do projeto, a participação da indústria no desenvolvimento do próprio projeto e a capacidade técnica do Senai em desenvolver o projeto em cooperação. Para 2014, o Senai Nacional pretende realizar quatro etapas de avaliação de novos projetos e pretendemos ampliar mais ainda a carteira das indústrias paranaenses atuando em projetos cooperados com o Senai no Paraná.

Para estimular ainda mais a participação da indústria paranaense em iniciativas como essa, precisamos contar com o apoio dos sindicatos na divulgação dos serviços do Senai, que está à disposição, por meio de suas unidades regionais, para atender as demandas das indústrias.

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