Baixa procura pelas vagas de Jovem Aprendiz é preocupante
Fiep, Senai e Sinduscon se articulam para atrair jovens para construção civil e criam ações para atingir as cotas determinadas
por lei
Sobram vagas na construção civil para os Jovens Aprendizes. Apesar da divulgação das oportunidades
para o público alvo, não tem surgido interessados a ponto de preencher as vagas disponíveis de acordo
com as cotas determinadas pela lei. Para o diretor executivo do Sinduscon, Valdemar Adorno Junior, as empresas querem cumprir
a lei e, mais que isso, exercer sua parcela de responsabilidade social, mas não têm conseguido cumprir a cota
por motivos alheios a sua vontade.
Mesmo com salários atrativos e possibilidade de crescimento profissional, a construção civil disputa
essa mão de obra com o comércio em geral. “Notamos que nessa faixa etária, próxima aos 18
anos, o jovem se sente melhor em um ambiente mais limpo, moderno, com ar condicionado, e acaba buscando a colocação
em um shopping, por exemplo”, explica o diretor.
Preocupada com o processo de aprendizagem e consciente da importância da contratação do Jovem Aprendiz,
não só para atender a legislação, mas também pelos benefícios da presença
de jovens talentos nas empresas, o Sinduscon tem se reunido com associados para discutir a questão. “Nos preocupamos
com esse cenário pois sabemos que ter um jovem aprendiz dentro das empresas significa ter a oportunidade de ensinar
uma profissão para ele agora e lá na frente poder contar com um profissional bem qualificado e de sucesso”,
frisa Adorno Junior.
A fim de captar a mão de obra dos jovens, o Sinduscon, em parceria com a Fiep e o Senai, criou o projeto de um
ambiente simulado de um canteiro de obra, que deverá ser instalado na sede do Senai com objetivo de atrair o
jovem e instigar o interesse em trabalhar na construção civil. Segundo Adorno Junior, o projeto piloto está
em fase de análise e em breve deve ser implementado para potencializar o preenchimento das vagas pelo público
jovem.
Senai
O próprio Senai Maringá não tem conseguido preencher as vagas disponíveis nos cursos de aprendizagem
na área da construção civil. Segundo o professor Claudio Alves Batista, coordenador de Educação
Profissional do Senai, a falta de pretendentes inviabilizou um curso de Assistente de Produção da Construção
Civil que começaria em julho. Outro curso na área, que começou em fevereiro, só preencheu 13 das
36 vagas disponíveis.
Para o professor, um dos problemas é que o público para a construção civil deve ter entre
18 e 23 anos, idade em que os jovens já estão pensando em curso técnico ou superior. Ele lembra que,
em outras áreas que recebem alunos a partir de 14 anos, não há dificuldades. Tanto que hoje existem 30
turmas no Senai em Maringá e um total de 508 aprendizes. Outro fator que gera desinteresse é o estigma de que
o trabalho na construção é pesado demais. “É preciso quebrar esse paradigma. As empresas
se modernizaram, implantaram tecnologias e os salários melhoraram”, pondera. Todos os cursos são
divulgados por meio de rádio, TV, faixas, cartazes e flyers.
Oportunidade
O Sinduscon convida os jovens interessados em atuar e aprender uma profissão na construção civil,
a procurar os cursos do Senai e também para ficar atentos às oportunidades que surgem no setor. Mais informações
pelo telefone 3025 7999.