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Empresa arremata sozinha entulho da demolição de prédio da UFRJ cuja remoção custa
R$ 2,3 milhões Emanuel Alencar Quanto você pagaria por uma pilha de cem mil toneladas de concreto e ferros retorcidos? A empresa paulistana de reciclagem
Britex Soluções Ambientais pagou R$ 1. Ela arrematou, sem concorrência e pelo valor mínimo, todo
o entulho resultante da demolição, ocorrida em dezembro de 2010, do "perna seca", prédio anexo do Hospital
do Fundão. A decisão saiu quarta..feira. Agora, a empresa, que reciclará o material, tentará vendê-lo
por um valor superior a R$ 2,3 milhões custo da retirada do entulho da universidade. Os executivos não falam
em valores, mas têm a convicção de que ainda conseguirão ter lucro ao fim da operação. O material, que seria depositado em aterros, vai para a construção civil Mas os alunos do Fundão precisam
ter paciência: o entulho só deve acabar de ser retirado em quatro meses. A UFR.I sai ganhando. Além de
se livrar de um problema ambiental, a universidade gastaria, segundo o vice-prefeito da instituição, Paulo Mario
Ripper, cerca R$ 8.5 milhões para mandar tudo para um aterro. - Este é um trabalho pioneiro e queremos difundi-lono Estado do Rio, discutir alternativas ecológicas. Estamos
economizando milhões e ainda apoiando a reciclagem de resíduos da construção civil, que crescem
a cada dia ressalta Ripper, garantindo que o hospital não sofrerá com barulho e com a poeira. Fizemos todos
os estudos para evitar problemas. Frederico Gonzalez, sócio proprietário da Britex, acredita que em quatro meses o trabalho esteja concluído. - Vamos começar a retirar o material no dia 5 de setembro. Pelo edital, eu tenho atë seis meses para acabar
o serviço diz Gonzalez. Para ele, apesar do valor simbólico, o material arrematado é de alta qualidade: - Temos certeza de que conseguiremos vender o produto reciclado para a construção civil. Em São Paulo,
eu negocio o material reciclado com facilidade, porque é mais barato. Aqui, este comércio ainda está
engatinhando. Um projeto de lei que propõe incentivos fiscais para os reciclados de resíduos de demolições
está para ser votado na Assembleia Legislativa do Rio. O autor do projeto, o ex-deputado e atual secretário
do Ambiente do Rio, Carlos Minc, explica que o objetivo é incentivar a compra, por grandes empreiteiras, do entulho
reciciado. Mais de dez mil toneladas por dia são geradas no estado. - Todas as soluções ecológicas precisam ter um viés econômico. Tirar os impostos do entulho
e do material da construção civii é um avanço. Quem retira material do chão para fazer
insumo tem que ser beneficiado. A proposta é exonerar do ICMS o reciclado por dez, 20 anos afirma Carlos Minc. Usina será montada em São João de Meriti O secretário deve anunciar em breve o programa Entulho Limpo da Baixada. Serão investidos R$ 9 milhões
do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam). Uma usina de trituração
de entulho será montada em São João de Meriti. - O entulho acaba sendo jogado em rios e prejudica as ações de dragagem que fazemos no Sarapuí e no
Iguaçu. O programacriaraum novo mercado de reaproveitamento desse material.