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Os dados de comercialização do trigo no Paraná, divulgados no último dia 14 de janeiro, indicaram
que 82% da safra atual no Estado já estavam negociadas. Segundo os especialistas esse número representa um grande
percentual, que se justifica pela pequena colheita no Estado em comparação com anos anteriores e pela demanda
dos moinhos locais e mesmo de Minas Gerais e São Paulo diante dos baixos estoques de passagem da safra 2012/13, além
da ausência do trigo argentino até este mês.
Esses números mostram que no Paraná
há uma menor necessidade de liquidação de produto por conta da chegada da safra de verão em comparação
com o Rio Grande do Sul.
Sobre o problema de liquidez no trigo brasileiro, segundo a análise da AF News,
agência rural especializada, há uma relação direta entre excedente de trigo a negociar na segunda
semana de janeiro de cada ano e os preços praticados no ano passado. Verifica-se que o fato do câmbio estar mais
valorizado e em janeiro a Argentina não ter entrado com vendas no mercado nacional fizeram com que mesmo com excedente
idêntico ao ano anterior, os preços estejam mais elevados em 2014.
Especula-se que o trigo possa
ser plantado ainda mais no Paraná nesta safra, por conta da necessidade de importação de trigo de fora
do Mercosul e da baixa rentabilidade da cultura do milho. Neste patamar de preços, os produtores têm grande chance
de optar pelo cereal de inverno, ainda que se deva ter em mente que o ano é de grande produção mundial,
com países do hemisfério Norte devendo ampliar o plantio de trigo da primavera, também por conta da baixa
rentabilidade do milho.