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Com a motivação de aumentar a produtividade e reduzir custos, empresários do ramo florestal e a Embrapa Florestas estão analisando a criação de um Programa Cooperativo de Melhoramento de Pínus (PCMP). Representantes das empresas e pesquisadores do órgão têm se reunido para traçar as estratégias para um amplo de melhoramento genético para a espécie.
Segundo Edilson Batista de Oliveira, pesquisador da Embrapa Florestas e articulador do programa, "as empresas têm programas de melhoramento genético em diferentes estágios. Nossa ideia é potencializar estes trabalhos com um programa amplo e que atenda diversas linhas temáticas".
Espécie tradicional para plantios com fins madeireiros e papel/celulose, cerca de 85% do pínus plantado no país está na Região Sul. Sua área plantada teve um grande desenvolvimento e avanços de produtividade entre 1970 e 2000, mas agora parou no tempo. "Agora, é o momento de atualização: precisamos reduzir custos e produzir mais nas mesmas terras", afirma Carlos Mendes, diretor executivo da Associação Paranaense das Empresas de Base Florestal (Apre).
Participam das reuniões empresas de diferentes portes, indicando que o PCMP vai atender diferentes elos da cadeia produtiva. Um dos objetivos do programa é resgatar e organizar materiais genéticos de alto desempenho introduzidos pela Embrapa e por outras instituições, bem como entre os disponibilizados pelas empresas.
Além disso, o programa cooperativo deverá buscar sementes de diversas fontes em países como Estados Unidos, Austrália, África do Sul e Zimbábue, visando à contínua ampliação da base genética. "Vamos dar uma atenção especial à obtenção e avaliação de híbridos de alto desempenho, além da utilização de técnicas avançadas, como a Seleção Genômica Ampla, que possibilita abreviar o tempo para a obtenção dos ganhos genéticos", explica Oliveira.
Para início das discussões, a Embrapa Florestas fez um diagnóstico com as empresas interessadas (atualmente,
14), que envolveu informações de produção, demanda por mudas, detalhamento de base física
e área plantada por espécie, e uma caracterização específica sobre os plantios de pínus
(tipo, espécie, origem do material genético, critérios de seleção, entre outros). "Isso
deu início a uma série de definições junto às empresas, especialmente relacionadas à
abrangência do projeto e a compromissos das partes, graus de participação, nível de envolvimento
das empresas que estão mais avançadas em pesquisa/melhoramento em relação às demais participantes,
entre outros", avalia Edilson Oliveira.
O PCMP será viabilizado por um fundo de participação,
que vai contar com um conselho deliberativo, a exemplo do que acontece com o Fundo Nacional de Controle de Pragas Florestais
(Funcema). A constituição deste fundo está em fase de formalização. Mendes, da Apre, ressalta
que "a vantagem é que trabalhar em programa cooperativo garante mais resultados com menores custos". A ideia é,
em cerca de dez anos, disponibilizar material genético via semente ou propagação vegetativa de alta qualidade.
As empresas participantes serão envolvidas em diversas fases do processo: participação em seleções e em trabalhos de cruzamentos; instalação e manutenção de testes genéticos; implementação de ações de melhoramento e produção de sementes; participação em equipes técnicas para discutir e buscar avanços em pesquisa; uso de material genético melhorado, entre outros. "As empresas participantes do PCMP terão total independência e autonomia sobre seus trabalhos particulares", esclarece Oliveira.
"Participar não implica em obrigação de ceder materiais genéticos, compartilhar estratégias e ou conhecimentos desenvolvidos/adquiridos. Estes itens são de domínio total e exclusivo de cada Empresa, cabendo a cada uma decidir sobre a sua política com relação a estes itens", pontua.
Todos os materiais trabalhados pelo PCMP serão objeto de contrato, inclusive com questões pertinentes a propriedade intelectual.
Com informações da Embrapa Florestas