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Fiep encerra Semana da Indústria 2016 em Curitiba reforçando necessidade de união do setor industrial

Solenidade alusiva ao Dia da Indústria prestou homenagens a empresários que se destacam no segmento produtivo

clique para ampliarIndustriais e autoridades se reuniram para a comemoração. (Foto: Agência Fiep)

As comemorações da Semana da Indústria, promovida pela Fiep, foram concluídas em cerimônia realizada em Curitiba no dia 23 de maio. A solenidade foi marcada por homenagens a mais quatro empresários com a medalha do Mérito Industrial e o título de Benemérito da Indústria. O tom principal da cerimônia foi a necessidade de união dos industriais, frente à realidade de desafios enfrentadas pelo setor produtivo.

“Esta talvez tenha sido a Semana da Indústria mais concorrida e mais celebrada”, afirmou o presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, referindo-se ao fato de as comemorações pelo Dia da Indústria, celebrado em 25 de maio, terem chegado ao quinto ano consecutivo no formato atual. “A gente percebe que a preocupação do empreendedor industrial está latente no Paraná inteiro, e não foi diferente aqui em Curitiba. Mas, apesar da crise e das dificuldades, durante esta Semana da Indústria os empreendedores transmitiram otimismo, serenidade, persistência e união”, completou.

Para Campagnolo, o momento exige que o empresariado e toda a sociedade esteja cada vez mais unida por um país melhor. “A batalha que vem pela frente para vencermos tudo isso que a gente vem presenciando é muito grande”, disse. “A hora de transformar o Brasil é agora. Se não aproveitarmos essa corrente que está tomando o país de Norte a Sul, não conseguiremos mais promover as mudanças. E isso só vai acontecer se estivermos juntos”, declarou.

Carta da Indústria

Junto às comemorações da Semana da Indústria está sendo distribuído aos industriais a Carta da Indústria Paranaense. O documento é dividido em seis tópicos. Neles, a Fiep defende a realização de reformas estruturantes; pede a redução do tamanho do Estado; apoia a adoção de um novo modelo de governança pública; chama à responsabilidade o poder Legislativo; declara apoio a todas as ações de combate à corrupção; e faz um apelo para que a sociedade se mantenha mobilizada para cobrar da classe política mudanças na maneira como o país vem sendo conduzido. A entidade também afirma que cobrará o novo governo e se coloca à disposição para colaborar com medidas efetivas para a retomada do desenvolvimento do país.

“Temos uma luz de esperança com essa reviravolta que tivemos na política do Brasil. Com os passos percorridos de lá para cá, principalmente com a formação da equipe econômica do novo governo, o empresário percebe uma possibilidade de que algo bom está por vir”, afirmou Campagnolo. “Esta carta aponta algumas questões, mas principalmente voltamos a bater em uma mesma tecla: a necessidade de reformas estruturantes. O momento é de transformação. Para transformar, não podemos utilizar os mesmos métodos velhos. É preciso que sejam feitas mudanças”, salientou.

Entre as reformas defendidas no documento, a Fiep destaca a política, a das relações trabalhistas, a previdenciária e a tributária como as mais urgentes. “Os três poderes são muito pesados. Precisamos diminuir essa carga, precisamos dar mais agilidade ao Estado, reduzir a burocracia e criar um ambiente para que o empreendedorismo floresça”, disse.

Homenagens

Assim como ocorreu nas cinco solenidades realizadas no interior do Estado na semana passada - em Irati, Pato Branco, Cascavel, Cianorte e Londrina -, em Curitiba a Fiep também homenageou empresários com destacada atuação pelo desenvolvimento do setor industrial paranaense. A medalha do Mérito Industrial foi concedida para João Carlos Perussolo e Sérgio Piccinelli. Já o título de Benemérito da Indústria foi entregue às famílias de Walther Tigges e José Canisso.

Saiba mais sobre os homenageados de Curitiba e Região Metropolitana:

João Carlos Perussolo

Engenheiro civil formado em 1977 pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), o paranaense João Carlos Perussolo está há 35 anos à frente da Construtora San Remo, com sede em Curitiba, que atua no segmento de luxo da construção civil. Em seus projetos, Perussolo aplica as mais modernas tecnologias e desenvolve produtos exclusivos que aprimoram o resultado final de cada empreendimento. São soluções que aliam tecnologia e inovação, com conceitos que elevam a qualidade construtiva e tornam suas obras referências em funcionalidade, sustentabilidade e modernidade.

“É uma honra ser merecedor desse prêmio, que foi uma surpresa para mim. É um coroamento do trabalho”, disse Perussolo. Ao relembrar sua trajetória como empresário, ressaltou que, pelas características de sua empresa, sempre atenta aos detalhes e voltada para o mercado de luxo, conseguiu sobreviver a várias crises atravessadas pelo país. “Ser empresário no Brasil é viver em um tobogã. Temos que viver às custas de decisões governamentais que nos impõem grandes riscos empresariais. Não é possível fazer um planejamento de longo prazo”, declarou.

Sérgio Piccinelli

Responsável pela construção de diversas rodovias no Brasil e por obras de pavimentação urbana em vários municípios do Paraná e de São Paulo, é engenheiro civil formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Há mais de 50 anos atua no segmento da construção pesada.  Foi chefe do Laboratório de Solos Central do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER) e é sócio-gerente das empresas Gava & Cia Ltda. e Taba e Construções S.A.

Atualmente, o empresário preside o Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Paraná (Sicepot/PR) e integra o Conselho Temático de Infraestrutura da Fiep. Atua também no Instituto de Engenharia do Paraná, no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) e no Conselho Consultivo da Associação Paranaense de Empresários de Obras Públicas. “É uma honra. Acredito que recebo esta medalha mais pelos meus compromissos como cidadão, por sempre ter cumprido com meus deveres de cidadão”, afirmou Piccinelli.

José Canisso

Formado em Administração de Empresas e Direito, atuou como executivo da área de Gestão de Pessoas em grandes empresas. Foi juiz classista do Tribunal Regional do Trabalho, vogal da Junta Comercial do Paraná e conselheiro do Conselho Estadual do Trabalho, do Conselho Estadual de Previdência Social e da Comissão Tripartite do Ministério do Trabalho.

Foi diretor e sócio-gerente das empresas Servegás, Campolarguense Porcelanas, Revian Representações e Distribuição e Armazéns Gerais Esmeralda. Integrou as diretorias de diversas entidades representativas paranaenses, como a Federação do Comércio e a Federação das Indústrias. Presidiu por 20 anos o Sindicato das Indústrias de Vidros, Cristais, Cerâmica de Louça e Porcelana do Paraná (Sindilouça).

“Recebemos esta homenagem com um sentimento misto de saudade e orgulho”, afirmou Andrea Canisso Trevisan, uma das filhas do homenageado. “Meu pai sempre estava disposto a procurar o caminho mais sensato na solução de problemas. Era um homem sábio, pessoa ponderada, grande conselheiro, dedicado à família. Foi um homem que cumpriu a sua missão da forma mais brilhante possível”, completou.

Walther Tigges

Nascido em Lagenberg, na Alemanha, em 1919, Walther Tigges veio com a família para o Brasil logo após a 1ª Guerra Mundial.  Passou a infância e boa parte de sua juventude em Curitiba. Voltou à Alemanha para estudar, mas precisou interromper seus estudos por causa da guerra. Atingido por uma granada, ficou cego. Após vários tratamentos e cirurgias, recuperou parcialmente a visão.

Em 1951, retornou ao Brasil. Em 1953, fundou a Técnica Nacional Ltda., fabricando bombas de ar para bicicletas, em Curitiba. Qualidade, seriedade e honestidade sempre foram o lema da empresa, refletindo a personalidade do fundador. Foram anos de dificuldades para a família, porém, com perseverança e fé, o esforço foi gradualmente recompensado. Em 1966, a Técnica Nacional mudou-se para sede própria e expandiu sua atuação. Anos depois, passou a atuar no ramo moveleiro produzindo corrediças metálicas para gavetas, tornando-se empresa líder de mercado com renome de qualidade.

Com um pensamento que ia além do seu tempo, acreditava que o associativismo era um poderoso instrumento de estímulo e apoio ao desenvolvimento industrial e, consequentemente, o caminho para o fortalecimento e união da indústria nacional. Tigges faleceu em 2013, em Curitiba, aos 94 anos.

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