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Luxo e inovação. Estas foram duas características marcantes da indústria italiana de moda percebidas pelos participantes da Missão Brasileira da Moda à Itália 2014. Realizada entre os dias 8 e 12 de setembro em Milão, a missão foi organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio da Rede Brasileira dos Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN), em parceria com a ApexBrasil e apoio do Sebrae e da Enterprise Europe Network.
A viagem contou com 48 integrantes. Do Paraná estiveram presentes: Luciana Bechara, coordenadora do Conselho do Vestuário da Fiep; Rita de Cássia Graf, proprietária da marca Dentro D'Água; Cláudia Brenner, designer da Miss Nuvem; Marcelo Surek, sócio da Decelo; Alexandre Destefano, gerente do Senai; e Carla Werkhauser, coordenadora do setor de vestuário do Sebrae.
Diferencial italiano
Nas visitas feitas a feiras, clusters produtivos e instituições
de pesquisa, ficou evidente a preocupação dos italianos em se diferenciar com produtos de luxo. “Eles
primam por peças com acabamento de costura impecável. Possuem inovações tecnológicas e
muitos diferenciais em tecidos e acessórios. Por outro lado, a produção é pequena e especializada,
pois para vender peças a preço premium não se pode ter muitos modelos iguais”, explica Luciana
Bechara.
“As empresas italianas do setor têxtil são geralmente pequenas, possuindo em média
de 17 funcionários. Apesar de o setor da moda italiana ser o mais importante da Itália, este não recebe
qualquer proteção por parte do governo”, observa Claudia Brenner.
Aprendizado
No roteiro, a comitiva brasileira assistiu a diversas palestras em instituições
de ensino superior, como o Centro Politécnico de Milano, NABA e Domus Academy. O grupo participou ainda de um workshop
na Camera di Commercio Milano e visitou a feira Milano Única.
Também foi marcante a visita à
PO.IN.TEX – Polo Innovazione Tessile, associação de empresas, consórcios e entidades de pesquisa
que tem como objetivo promover a competitividade industrial através da inovação cooperativa. “Ela
faz parte da TEXTILE 2020, considerado o maior cluster têxtil do mundo, contando com mais de 900 empresas e centros
de pesquisa”, afirma Cláudia.
Para Luciana, a missão trouxe grandes aprendizados. “Nossa cultura está muito americanizada e não
nos preocupamos onde é feita a peça e nem se é bem feita. E na Itália visitamos empresas de 150
anos, que valorizam seus produtos e exportam para o mundo todo. Investem em design e principalmente em inovação
tecnológica em tecidos. Por isso estão à frente dos chineses neste quesito. Como já passaram por
duas guerras e várias baixas de consumo, têm muito mais experiência para enfrentar crises do que nós”.
De acordo com a presidente do Sindivest, os industriais brasileiros também agora passam a considerar a possibilidade
de importar matérias primas italianas tecnológicas e itens como botões, fitas e zíperes.