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Autorizado a captar R$ 2,8 milhões pela Lei Rouanet, o estilista Pedro Lourenço não conseguiu angariar os recursos necessários para a realização de um desfile na Semana de Moda de Paris. Diante disso, ele apresentou sua coleção de primavera em um “desfile virtual”, transmitido no dia 1 de outubro, com recursos próprios de sua marca.
Para o professor, produtor cultural e um dos diretores do Sindivest, Júnior Gabardo, o caso expõe a dificuldade de captação via Lei Rouanet. “Aprovar um projeto é até relativamente fácil. Mas depois é preciso ir para a rua e entrar em contato com empresas, e aí surgem os problemas. O valor que Pedro queria era alto demais, mas acredito que ele já tinha planejado captar com alguém. Porém, com as polêmicas que surgiram, a empresa deve ter corrido. Era previsível que isso ia acontecer”, reflete Gabardo. O professor lembra que foi bastante controversa a aprovação do projeto de Lourenço pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, contrariando o veto da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura.
Novas dificuldades
Em relação aos estilistas Alexandre Herchcovitch (que busca captar
R$ 2,6 milhões para fazer desfiles em Nova York e São Paulo) e Ronaldo Fraga (que pretende captar R$ 2 milhões
para um desfile em São Paulo), Gabardo acredita que eles enfrentarão as mesmas dificuldades de Lourenço.
“O primeiro problema é que esses estilistas pedem valores muito altos. Além disso, a grande fatia do mercado
que faz doações pela Lei Rouanet é empresa púbica, e essas empresas desenvolveram mecanismos de
editais. A questão é que eles não são fáceis de se ganhar e, fora deles, não há
mais como se conseguir doações direcionadas”, conta Gabardo.