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O presidente do Sinditêxtil-PR, Nelson Furman, avalia que as reformas trabalhista e tributária são essenciais para que possa ocorrer uma retomada da economia em 2017. Para ele, se não forem tomadas medidas eficazes para conter a alta carga de impostos e o peso dos encargos trabalhistas, a tendência é de um cenário negativo. Já o ano que passou, na opinião do presidente, foi desafiador e desgastante.
“Este ano foi um período em que as fábricas tiveram um desgaste muito grande. Esse desgaste diz respeito ao esforço realizado dia a dia, em que a venda não acontece, os custos sobem, e não há como cortar custos porque as despesas de encargos trabalhistas são muito grandes e nem como repassar esses aumentos ao cliente. É uma situação terrível”, afirma.
Para mudar esse cenário, na opinião de Furman, é necessária uma série de medidas. “Por mais que tenham sido anunciadas algumas medidas, nenhuma delas foi suficiente ainda para que possamos dar a volta por cima e reverter esse quadro. Isso só será possível quando o Governo realizar uma reforma trabalhista grande e uma reforma tributária real, profunda. E não tenho visto grande interesse nessas medidas”, analisou.
Para ele, caso estas questões não sejam enfrentadas, haverá uma ampliação do desemprego em 2017. “Eu vejo com preocupação o próximo ano porque já deveriam ter sido tomadas medidas a favor de um maior número de empregos. Hoje os empresários não estão nem querendo contratar. Porque se você não estiver bem seguro do que precisa e de que poderá manter o funcionário, o custo para demitir um trabalhador é muito alto.”
“Essas medidas são urgentes. Sempre acreditei que o país só cresce e gera emprego e renda com a indústria fortalecida. É a indústria que movimenta a máquina. Nós precisamos que o governo olhe para os empresários com mais sensibilidade e com mais respeito a esse segmento, porque continuamos marginalizados. Os problemas não podem ser solucionados com mais impostos. Porque a resposta é sempre mais imposto e isso não pode ocorrer”, avaliou.
Aos industriais do setor têxtil, o presidente deixa uma mensagem de ânimo e de coragem, citando a passagem bíblica na qual Josué assume o lugar de Moisés na condução de um povo, em um momento extremamente difícil da história. “Eu deixo essa mensagem, que sejamos fortes e corajosos. Não desanime, continue, participe. Vamos juntos buscar mudar esse jogo e ver esse país transformado e prospero. Eu sei que é difícil, mas só há esse caminho, seguir em frente”, concluiu.