Retração econômica e queda no setor produtivo marcaram 2015

Confira o artigo do presidente do Sinditêxtil-PR, Nelson Furmam, que avalia o panorama econômico do setor em 2015

clique para ampliarNelson Furmam, presidente do Sinditêxtil-PR (Foto: Divulgação)

Artigo do presidente do Sinditêxtil-PR, Nelson Furmam:

Este ano foi um ano em que nós tivemos, dentro do cenário econômico, um número de demissões muito grande no setor têxtil, com fechamento de fábricas e empresas trabalhando com quadro reduzido. Este é um reflexo das dificuldades pelas quais passam as indústrias. O setor produtivo está sendo achatado pela alta carga tributária, por uma legislação trabalhista ultrapassada e por sindicatos laborais que atuam de forma extrema.

O varejo também vai mal. O comércio em geral fechou no ano de 2015 com redução significativa dos pontos de venda. Este cenário fica ainda pior quando se observa que as vendas que eram esperadas para novembro e dezembro não ocorreram e temos empresas demitindo ao invés de admitir.

Outro indício do momento difícil vivido é que as indústrias e comércio já começaram a fazer liquidações, muito antes do calendário normal para a época. Os relatos que temos ouvido são de que a indústria empobreceu de tal forma que os empresários ficarão satisfeitos se conseguirem quitar o décimo terceiro salário de seus funcionários e estão negociando com os sindicatos laborais as demissões, que estão sendo parceladas. O que é uma situação lamentável.

É importante destacar que existe a intenção pelos industriais de investir, mas eles não confiam no futuro do país para realizar esses investimentos. Para piorar a situação, o Congresso e o Governo não se entendem e não há um plano de médio e longo prazo para o desenvolvimento do país. Somos a favor do pagamento de impostos, mas não concordamos com a quantidade de impostos pagos e com a baixa reversão disto em serviços para a população.

Do ponto de vista empresarial, não vejo que 2016 possa trazer, pelo menos no primeiro semestre, alguma alegria ao industrial. É preciso pressionar o governo para que o Estado reveja suas estruturas, enxugue seu quadro, otimize seus processos, reavalie a arrecadação e aplicação de impostos e baixe as taxas de juros para possibilitar o crédito.

Acredito que, enquanto não houver uma manifestação vinda das ruas com objetivos bem traçados e com a meta de fazer o país voltar a crescer, isso não será possível. É preciso ampliar a confiança e, principalmente a participação do setor produtivo e da população.

No entanto, eu espero, em Deus, que em 2016 haja uma mudança geral do Brasil. É algo que teremos que construir todos, juntos, fazendo valer nossos direitos e nossa Constituição.