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Nesta primeira edição do ano do Boletim da Indústria, acompanhe a entrevista exclusiva com o presidente do Sistema Federação das Indústrias do Paraná, Edson Campagnolo. Ele fala sobre as perspectivas para 2014 e a importância do associativismo. Destaca também os serviços do Sistema Fiep que contribuem com o desenvolvimento da indústria paranaense, ajudando a superar obstáculos, como a falta de mão de obra.
Boletim da Indústria: Quais as perspectivas para a indústria paranaense em 2014, haja vista o baixo otimismo,
por parte dos industriais, revelado na pesquisa Sondagem Industrial divulgada no final no ano passado pela Fiep?
Campagnolo:
Os industriais não devem se contaminar pelo pessimismo por mais que tenham correntes contrárias. É preciso
olhar para frente, para nosso negócio e para as pessoas. Por isso, é importante participar do movimento associativo,
porque se tivermos cada vez mais comprometidos e envolvidos, nosso faturamento e nosso negócio continuarão crescendo.
Claro que há problemas que afetam a produtividade de nossas indústrias, como a questão da infraestrutura,
por exemplo. Nesta área estamos buscando alternativas de investimentos em todos os modais, o que inclui modernização
de portos (Paranaguá e Antonina), melhorias nas ferrovias, investimentos em aeroportos regionais e a revisão
do valor do pedágio.
Boletim da Indústria: Além da questão da infraestrutura, outra dificuldade enfrentada pelas indústrias
está na rotatividade e na qualificação da mão de obra. Como o Sistema Fiep pode ajudar as empresas?
Campagnolo: Em 2013, o Senai registrou mais de 344 mil matrículas em seus cursos. Além de capacitar e formar
novos profissionais, o Senai tem a missão de requalificar. Assim, o desafio para 2014 é ainda maior. Pretendemos
atingir a marca de 400 mil matrículas. O Senai está ciente que a demanda é forte. Por isso, estamos investindo
cada vez mais nessa área com recursos destinados para a melhoria das instalações, dos laboratórios
e para a contratação de professores.
As indústrias que tiverem a necessidade de uma demanda específica para o seu negócio, devem entrar em contato com o gerente regional do Senai para serem atendidas. Esse não pode ser um fator de impedimento para o crescimento da indústria.
Boletim da Indústria: Quais serão os focos de atuação do Sistema Fiep em 2014?
Campagnolo:
O Sistema se preocupa com a competividade da indústria paranaense. Temos que fazer a diferença aqui no Estado.
Sabemos que a concorrência internacional, em alguns setores mais em outros menos, tem levado a uma tendência mundial
de desindustrialização. Dessa maneira, temos a convicção de que a indústria precisa ser
inovadora. Por isso, a importância das indústrias utilizarem os serviços e produtos disponibilizados pelas
casas do Sistema, além de serem atuantes no movimento sindical.
O Senai, por exemplo, irá investir, até 2015, R$ 350 milhões nos Institutos Senai de Tecnologia (IST) e no Instituto Senai de Inovação (ISI). Este último tem por objetivo produzir e transferir conhecimento científico aplicado ao desenvolvimento de novos produtos e processos, como estímulo à inovação e competitividade das indústrias.
Já o Sesi está investindo na rede de ensino do Colégio Sesi, que terá sete novas unidades em 2014, ultrapassando a marca de 50 colégios, com o desafio de preparar o profissional do futuro, que sai do Ensino Médio para a indústria. Com a expansão, serão abertas mil novas vagas na rede de ensino, que já conta com 13 mil estudantes.
E o IEL, além do programa de estágios, oferece o “Programa de Trainee para Cadeias Produtivas”, uma iniciativa inédita no Paraná que irá reunir as empresas de um mesmo segmento para a realização de seleções profissionais, reduzindo custos.
Boletim da Indústria: Existe também um amplo trabalho voltado à qualidade de vida do trabalhador.
Quais as novidades neste campo?
Campagnolo: Existe, sim, um trabalho maravilhoso desenvolvido pela equipe do Sesi.
As indústrias paranaenses podem contar, por exemplo, com o suporte à saúde do trabalhador com as ações
do Programa Cuide-se +.
São oito eixos atendidos nas mais diversas áreas: Prevenção ao Uso de Álcool e outras Drogas, Alimentação Saudável, Prevenção do Câncer, Prevenção de Acidentes de Trabalho, Saúde Mental, Prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Prevenção de Doenças Crônicas e Estímulo a Atividades Físicas.
Boletim da Indústria: E no campo político. O que esperar de 2014, com as eleições?
Campagnolo:
Este ano é muito importante, de fato. Além de continuarmos apoiando as necessárias reformas políticas,
tributárias, trabalhista e previdenciária, será preciso eleger pessoas comprometidas com a produção
e a indústria. Precisamos de projetos para o Brasil e não projetos de interesse partidário.