Federações das Indústrias do Sul apresentam demandas a parlamentares
Logística de transportes, fornecimento de gás natural e exploração do carvão mineral estão entre as prioridades; 300 empresários
dos três estados participaram de encontro com deputados e senadores, em Brasília
As Federações das Indústrias do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Fiep, Fiesc e
Fiergs) apresentaram na noite de quarta-feira (11) a parlamentares dos três estados algumas demandas, principalmente
na área de infraestrutura, que consideram prioritárias para o desenvolvimento integrado da região. O
encontro do Fórum Industrial Parlamentar Sul foi realizado em Brasília e reuniu ainda cerca de 300 empresários,
que estiveram na capital federal participando do 8º Encontro Nacional da Indústria (ENAI).
Para o presidente do Sistema Fiep, a grande representatividade das três Federações no encontro
mostra a união em torno de temas comuns e a importância de as bancadas se envolverem nas discussões sobre
as necessidades do setor produtivo da região. “A articulação com nossos parlamentares é
fundamental porque muitas de nossas demandas dependem de regulação ou marcos legais que precisam da atuação
dos parlamentares e do governo”, afirmou.
Durante o encontro, Campagnolo destacou aos parlamentares a necessidade de se acelerarem os investimentos na área
de logística de transportes. Citando o projeto Sul Competitivo – lançado há um ano e que traçou
um diagnóstico das obras que a região precisa receber para atender à demanda –, o presidente do
Sistema Fiep pediu que deputados e senadores ajudem na articulação para viabilizar os investimentos. “Apesar
de algumas obras anunciadas pelo governo federal este ano, não avançamos muito desde que o projeto Sul Competitivo
foi apresentado”, disse. “Precisamos de uma grande interação das três bancadas para que possamos
avançar”, completou.
Já o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, pediu apoio dos parlamentares na busca por soluções
para a questão do fornecimento de gás natural para os três estados. “Precisamos repetir que a disponibilidade
do combustível para a região Sul já chegou ao limite e que isso passou a ser uma limitação
ao crescimento e ao desenvolvimento. Em alguns Estados a situação é mais grave. A impossibilidade de
ampliação no fornecimento do insumo já passou a inibir os novos investimentos”, declarou.
O presidente da Fiergs, Heitor Müller, por sua vez, falou sobre a possibilidade de uso do carvão mineral,
insumo abundante na região, para geração de energia. “Nossas reservas de carvão mineral
têm mais potencial de energia do que o pré-sal, mas elas não são aproveitadas como acontece em
outros países”, afirmou Müller, acrescentando que hoje existem tecnologias para que o mineral seja aproveitado
dentro de requisitos ambientalmente corretos. Ele ressaltou ainda que o governo federal já demonstrou apoio à
ideia, inserindo a exploração do carvão mineral em recentes leilões de energia. Mas o modelo apresentado
acabou não atraindo o interesse de investidores e agora está sendo alterado para que novamente seja colocado
nos leilões.
Os representantes das Federações também pediram apoio para a criação de um fundo
constitucional para o desenvolvimento do Sul, que seja responsável pelo planejamento integrado da região. Também
foi colocada a possibilidade da criação de uma Frente Parlamentar Industrial do Sul no Congresso Nacional, que
integre os parlamentares dos três estados.
Da representação do Paraná no Congresso, participaram do encontro do Fórum Industrial
Parlamentar Sul os deputados federais Marcelo Almeida (coordenador da bancada paranaense), Osmar Serraglio, Eduardo Sciarra,
Luiz Nishimori, Luiz Carlos Hauly, Nelson Padovani e Alfredo Kaefer, além do senador Roberto Requião.
Para Marcelo Almeida, a união dos industriais em torno de temas comuns aos três estados é importante
para o desenvolvimento da região. Segundo ele, é preciso uma atuação conjunta no Congresso para
que as demandas sejam levadas adiante. “Garantindo nosso desenvolvimento vamos poder mostrar que é o Sul do Brasil
que carrega esse país nas costas”, afirmou.