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Companhia investe R$ 20 milhões para elevar capacidade em parque industrial no Sul
Em meio às dificuldades enfrentadas por indústrias têxteis do Sul do país, a exemplo da Schlosser, que encontra-se em recupe- ração judicial e a Renaux, que passou a importar tecidos da China, a Döhler escolheu o caminho inverso. A empresa pro- moveu mudanças no processo produtivo, com um controle mais eficiente da produção para evitar desperdícios, reduziu custos e vai aumentar a capacidade com duas novas unidades no norte de Santa Catarina.
De acordo com Carlos Alexandre Döhler, diretor comercial da companhia, foram in- vestidos R$ 20 milhões em dois prédios - um de tecelagem e outro de tinturaria - na região norte do estado. As duas unidades devem iniciar a produção até o final deste ano.
Dessa forma a companhia espera ganhar competitividade na concorrência com produtos asiáticos. "O setor de cama mesa e banho está pagando um preço pela desatualização, mas o grande problema não foi ape- nas a alta do algodão, mas sim das importações. Por isso, adotamos este posicionamento di- ferente e saudável para dar continuidade", afirma Döhler.
A empresa registrou lucro de R$ 5,1 milhões no primeiro trimestre, ante R$ 1,5 milhão no mesmo período de 2010.
Em contrapartida, a Renaux, que foi fundada em 1892 em Brusque (SC), deixou de produzir fios e passou a comprar produtos chineses no início deste ano.
Já a Schlösser, especializada na produção de tecidos para ca- misaria, demitiu seus 450 funcionários e paralisou sua produ- ção no final do ano passado.
De acordo com o vice-presidente da empresa, João Beckhau- ser, a Schlösser entrou em recuperação judicial em janeiro deste ano. "Faremos uma assembleia e esperamos a aprovação de nosso plano de recuperação. Se aprovado, voltaremos as atividades com cerca de 50% da capacidade produtiva", diz.
Para Ulrich Kuhn, presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), os problemas da indústria têxtil são decorrentes de longos anos de má gestão, além da desvalorização do dólar frente ao real e dos encargos sobre a folha de pagamento. "O impacto da maté- ria-prima também mexeu com a relação de compra e venda das empresas, bem como problemas pontuais de micro empre- sas com alto grau de informalidade", afirma. T.M.
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O grande problema não foi só a alta do algodão, mas as importações Carlos Alexandre Döhler Diretor comercial da Döhler
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