Sinditêxtil PR

Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem no Estado do Paraná

Envie para seus amigos

Verifique os campos abaixo!






Comunicar Erro

Verifique os campos abaixo!




Apesar do algodão valorizado, setor têxtil prevê expansão

28 de junho de 2011

Importação de máquinas e equipamentos cresceu 46,57% entre janeiro e abril na comparação com o mesmo período de 2010

Daniela Amorim

A indústria têxtil reclama do impacto da valorização do algodão no mercado internacional e da concorrência com os produtos importados, mas parece apostar em uma expansão.

As importações de máquinas e equipamentos têxteis cresceram 46,57% de janeiro a abril, frente ao mesmo período de 2010, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). O total investido foi de US$ 299 milhões.

Os tecidos ficaram mais caros, e o produto nacional, menos competitivo. Mas, entre os varejistas, a avaliação é que os importados demandam muita antecedência e planejamento, embora tenham qualidade e custem menos. Por isso, muitos optam pelo produto brasileiro para aumentar as vendas.

Alberto Osório, sócio da Maria Filó, conta que apenas 5% dos produtos da grife são importados. A marca tem 24 lojas próprias e 22 franquias. Ele ressalta que, além do preço, a mão de obra especializada e os insumos de qualidade tornam atraente o produto da Índia e China. Mas há risco de atraso na entrega.

"Até fazer desenvolvimento à distância, receber o produto, fazer ajustes, tudo isso leva mais tempo do que a produção interna. O tempo é de dois a três meses. E ainda tem o risco de atrasar no transporte. Então, tem que antecipar muito o processo de criação", explicou Osório, que espera expandir as suas vendas de R$ 69 milhões em 2010 para R$ 90 milhões em 2011.

A grife Mercatto é outra que aposta em um crescimento sustentado pela indústria nacional. A marca negocia com os fornecedores preços mais baratos para compras em escala. São 350 mil peças produzidas por mês. Segundo o diretor comercial da grife, Renato Cohen, a intenção é que as vendas cheguem a R$ 9 milhões em 2011.

"A maioria dos produtos é nacional. Temos apenas uma pequena parcela de compras da China. Como o nosso volume é muito grande, nós conseguimos um preço muito bom com os fornecedores daqui", disse Cohen. "Às vezes o produto importado demora mais do que deveria. Isso acaba engessando a coleção e você fica sem ter o que vender na loja."

Com 38 lojas próprias e sete franquias, a grife ainda espera abrir outras cinco lojas e oito franquias até o fim do ano. Para dar conta da demanda, a Mercatto investiu R$ 3 milhões em um novo centro de distribuição, com 4 mil metros quadrados, que deve entrar em operação em dois meses. "O nosso maior investimento é em tecnologia, principalmente na cadeia de fornecimento, na parte de logística", contou Cohen.

Já a grife Basthianna investiu em uma fábrica maior para atingir a meta de vender 35 mil peças por mês e dobrar o número de pontos de venda, hoje em 400. "Dupliquei minha capacidade de produção e fiz novas contratações", falou a proprietária Juliana Marçal, que substituiu o algodão pela viscose na última coleção para reduzir os custos.

Investimentos. Segundo Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Abit, o setor têxtil investiu R$ 2 bilhões em 2010. Em 2011, o montante deve ser menor, por causa da percepção da inflação e dos juros mais altos, mas ainda deve chegar a R$ 1,5 bilhão. "Isso é muita coisa, porque somos um setor de mão de obra intensiva", disse Diniz Filho.

Apesar dos investimentos, Eloysa Simão, diretora-geral do Senac Rio Fashion Business, ainda vê a indústria nacional de tecidos como defasada, o que obrigaria as grifes a importarem até 80% dos tecidos usados nas coleções. Ela vê a importação como uma ameaça ao produto nacional. "São baratos, têm um custo/benefício inegável e muitas vezes entram no País sem impostos", afirmou Eloysa.

Processo lento
ALBERTO OSÓRIO, SÓCIO DA MARIA FILÓ

Até fazer desenvolvimento à distância, receber o produto, fazer ajustes, tudo isso leva mais tempo do que a produção interna. O tempo é de dois a três meses. E ainda tem o risco de atrasar no transporte. Então, tem que antecipar muito o processo de criação.

DEIXE SEU COMENT�RIO

Os seguintes erros foram encontrados:








    1. Os sites do Sistema Fiep incentivam a pr�tica do debate respons�vel. S�o abertos a todo tipo de opini�o. Mas n�o aceitam ofensas. Ser�o deletados coment�rios contendo insulto, difama��o ou manifesta��es de �dio e preconceito;
    2. S�o um espa�o para troca de ideias, e todo leitor deve se sentir � vontade para expressar a sua. N�o ser�o tolerados ataques pessoais, amea�as, exposi��o da privacidade alheia, persegui��es (cyber-bullying) e qualquer outro tipo de constrangimento;
    3. Incentivamos o leitor a tomar responsabilidade pelo teor de seus coment�rios e pelo impacto por ele causado; informa��es equivocadas devem ser corrigidas, e mal entendidos, desfeitos;
    4. Defendemos discuss�es transparentes, mas os sites do Sistema Fiep n�o se disp�em a servir de plataforma de propaganda ou proselitismo, de qualquer natureza.
    5. Dos leitores, n�o se cobra que concordem, mas que respeitem e admitam diverg�ncias, que acreditamos pr�prias de qualquer debate de ideias.
    Indústria têxtil prepara-se para sua minirreformaInovação e tecnologia para enfrentar a concorrência barata