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Alta do algodão e queda no consumo param tecelagens

02 de maio de 2011

Têxtil: Produção no primeiro trimestre caiu 7,12% em relação ao mesmo período de 2010, segundo a Abit

Júlia Pitthan

A alta nos preços do algodão e a retração da demanda no mercado interno levaram empresas do setor têxtil a reduzir o ritmo de produção e até paralisar parcialmente as atividades em Santa Catarina. A matéria-prima começou a subir em agosto e atingiu o pico de alta de 148% no dia 7 de março, quando foi negociada a US$ 2,14 a libra-peso. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), a produção têxtil de janeiro e fevereiro de 2010 caiu 7,12% em comparação com o ano anterior. Por outro lado, no mesmo período, o setor de vestuário teve alta de 9,62% em volume de fabricação.

Segundo a Abit, o encarecimento do algodão representou dificuldades para o setor como um todo, mas, sobretudo, às empresas de pequeno e médio porte. Em comunicado, a entidade admitiu que o cenário levaria as empresas a diminuir o ritmo de operações e, fatalmente, redução nos quadros de pessoal. De janeiro a março de 2011 foram criadas 10.386 vagas na indústria têxtil, menos da metade do mesmo período do ano passado, quando foram registradas a abertura de 26.069 vagas.

O grupo Rovitex, fabricante de fios, malhas e confecções, irá conceder férias coletivas a 310 trabalhadores a partir de quinta-feira. Segundo o diretor industrial da companhia, Vitor Luis Rambo Junior, a fiação ficará parada por 20 dias.

A Rovitex possui cinco unidades de produção, todas em Santa Catarina. Além da matriz, em Luiz Alves, e fábricas em Blumenau, Ituporanga, Agrolândia e Campos novos, a empresa controla a Incofios, em Indaial. Segundo o site da empresa, a fiação tem 35 mil metros quadrados de área construída e capacidade para fabricar 920 mil toneladas por mês de fios. O grupo tem 1,9 mil funcionários no total, dos quais 310 entrarão em férias.

Segundo o diretor, a alta do preço do algodão teve impacto sobre a produção. O mercado acaba não absorvendo todo o reajuste, avalia Junior. A capacidade instalada da Rovitex é de fabricação de 1,2 mil toneladas por mês.

Em Brusque, a fabricante de artigos de cama, mesa e banho Buettner mantém parada, desde fevereiro, a fiação. Segundo seu presidente, João Henrique Marchewsky, a companhia deixou de comprar algodão em virtude do aumento dos preços, sentido desde agosto do ano passado.

De acordo com Marchewsky, a Buettner produzia cerca de 500 toneladas por mês de fios. O primeiro trimestre de 2011 apresentou sinais de retração na produção da empresa. Segundo o presidente, o volume acumulado dos três primeiros meses do ano é equivalente a 40% do que foi produzido no mesmo período do ano passado.

Além da dificuldade em negociar matéria-prima a preços mais baixos, a empresa sentiu reflexos na retração da demanda. Marchewsky avalia uma queda de 20% nos pedidos no começo de 2011 em relação a 2010, mas mantém o otimismo para a segunda metade deste ano.

Os preços do algodão começam a cair e há perspectiva de retomada da produção em maio, disse. Na última semana de abril, trabalhadores da Buettner fizeram uma paralisação com apoio do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Têxtil de Brusque e Região em virtude do atraso no pagamento dos salários de março. Marchewsky informou que o pagamento deve ser normalizado a partir desta primeira semana de maio.

De acordo com os dados mais recentes informados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Buettner teve uma receita de R$ 109,1 milhões em 2010, pouco abaixo dos R$ 128,9 milhões em vendas registradas em 2009. O ano passado, no entanto, representou à companhia um prejuízo de R$ 60,4 milhões.

A Teka fabricante de itens de cama, mesa e banho de Blumenau, reduziu em 25% a produção, em média, em suas quatro fábricas. Segundo Marcello Stewers, vice-presidente da companhia, a redução das atividades se concentra nas áreas de fiação e na tecelagem. O executivo diz que a estratégia foi combinar a compra de fio e tecido no mercado interno para contornar o aumento dos preços do algodão.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Têxtil de Blumenau, parte dos trabalhadores estaria em casa, com dispensa remunerada, em virtude da paralisação das atividades da Teka. Segundo Stewers, a questão foi contornada e os funcionários já voltaram todos às atividades.

O vice-presidente diz que a empresa sentiu uma queda de 20% a 25% na demanda do mercado no começo do ano. Com a resistência dos preços do algodão, o varejo começou a absorver os repasses da alta dos preços. Segundo Stewers, a perspectiva é de retomada a partir de maio, com cerca de 87% da carteira de pedidos tomada.

Em 2010, a Teka apresentou receita de R$ 327,5 milhões, com crescimento sobre os R$ 279,5 milhões do ano anterior. Apesar do aumento das vendas, o período representou à companhia um prejuízo de R$ 138,3 milhões.

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