Inovações tecnológicas exigem constante aperfeiçoamento técnico para os profissionais do setor de reparação automotiva
O crescente uso de eletrônica embarcada e o lançamento contínuo de novos modelos é o principal fator que leva profissionais
a investirem tanto em educação quanto em novos equipamentos
Para os profissionais que fazem reparo e manutenção de veículos está cada vez mais difícil
acompanhar o desenvolvimento automobilístico. Mesmo para aqueles que têm larga tradição no mercado
e trabalham com motores há anos, o lançamento desenfreado de novos modelos, ano após ano, exige que estes
profissionais se atualizem todos os anos para conseguirem se adaptar às inovações.
Além dos novos modelos, a variedade de marcas que está invadindo mercado, aumenta ainda mais este desafio.
Manoel Gonçalves Ribeiro, 45, coordenador do Centro Técnico Automotivo do sistema Fiep em Maringá, dá
um exemplo da complexidade deste tema: “Hoje em dia muitos dos problemas dos veículos podem ser identificados
por aparelhos multitestes ligados a um software de gerenciamento eletrônico. Para uma oficina que atenda multimarcas,
este software precisa ser compatível com mais de 60 montadoras, dando uma média de 1800 modelos”.
Isso mostra também que o reparo se tornou muito mais técnico, e menos manual. Porém, se a falha
for mecânica, e não eletrônica, somente a qualidade do profissional é que vai definir se o verdadeiro
problema será encontrado. No caso de concessionárias, o treinamento dos profissionais pode ser feito dentro
das próprias empresas, ou em convênios com escolas técnicas, como o Senai, que também abre os cursos
à toda a comunidade, disponibilizando, inclusive vagas gratuitas.
Manoel Ribeiro explica que o Senai possui diversos cursos na área de engenharia automotiva, desde iniciação
e qualificação profissional, aperfeiçoamento, cursos técnicos e inclusive em nível de graduação
e pós graduação. Nas salas de aula os alunos aprendem desde os princípios da reparação
automotiva e postura profissional até níveis elevados de conhecimento da área, tanto para quem quer trabalhar
em grandes empresas quanto para quem quer empreender o próprio negócio.
As oficinas com profissionais autônomos não param de crescer. Segundo pesquisa realizada pelo Grupo Interprofissional
de Produtos e Serviços Automóvel (Gipa) em 2011, as chamadas oficinas de confiança são responsáveis
por 80% da manutenção do total da frota que circula no país. Manoel Ribeiro explica porque as pessoas
migram das concessionárias para as oficinas depois do período de garantia do veículo: “O custo
operacional das concessionárias é muito maior do que as pequenas oficinas, o que pode encarecer os serviços
oferecidos, porém é preciso se certificar do rigor técnico e da qualificação do profissional
que trabalha na oficina de confiança”.
Atualmente, não existe nenhum selo oficial para certificação da qualidade técnica, nem para
os profissionais, nem para as oficinas. Manoel explica que a maior ambição para o setor deveria ser a exigência
de certificação. Assim como o engenheiro civil assina os projetos, os técnicos automotivos certificados
deveriam assinar as ordens de serviço. “Isso traria mais profissionalismo para a área, maior credibilidade
por parte dos clientes e agregaria valor aos serviços oferecidos pelas oficinas”, esclarece Manoel Ribeiro.
Serviço:
Senai Maringá
Departamento de engenharia automobilística
Av. Centenário, nº 116, Zona 8
44 3293 6700 | 44 3218 5600