SINDIMINERAIS-PR

Sindicato da Indústria da Extração de Minerais Não Metálicos do Estado do Paraná

Envie para seus amigos

Verifique os campos abaixo!






Comunicar Erro

Verifique os campos abaixo!




Cerâmica neutralizará Rock in Rio

04 de outubro de 2011

Camila Nobrega

Pouco mais de um ano atrás, a cerâmica Sulamérica, no município de Itaboraí, no Rio de Janeiro, começava seus primeiros cálculos para saber quantas toneladas de créditos de carbono poderia negociar no mercado voluntário. A fábrica havia substituído o óleo diesel nos fornos por biomassa de resíduos de madeira, e feito mudanças para melhorar as condições de trabalho dos funcionários.

Com isso, começava a gerar créditos de carbono. Nessa época, uma equipe de reportagem do Razão Social visitou as instalações.

O projeto cresceu. E, junto com a cerâmica GGP, de Paraíba do Sul, a Sulamérica fez sua primeira grande venda: vai neutralizar um dos maiores festivais do mundo, o Rock in Rio, que aconteceu no final do mês passado. Oito mil toneladas emitidas no evento serão compensadas.

Em sete dias de festival, e com o vaivem de cerca de cem mil pessoas por dia, o evento causou grandes impactos no local. Transporte de material, do público, lixo, entre outras coisas. Por isso, segundo a vice-presidente de sustentabilidade do Rock in Rio, Roberta Medina, surgiu a ideia de fazer a compensação, comprando créditos de carbono de empresas do Estado do Rio de Janeiro. No total, o festival investiu quase R$ 100 mil no projeto, desde o planejamento até a compra dos créditos das cerâmicas.

- Entra na conta, por exemplo, as emissões de CO2 devido ao transporte que será usado pelo público. E também todo o transporte logístico do festival. Só não calculamos o transporte de avião dos convidados e público de outros estados ou países para cá, porque entraríamos em números impossíveis de serem compensados. O melhor é que, a partir da necessidade de neutralização, estamos pensando mais em formas de reduzir as emissões de carbono. Todo mundo quer um evento desse porte, é cultura, mas existe um passivo por trás.

O projeto de geração de créditos de carbono nas cerâmicas foi idealizado pela consultoria Sustainable Carbon, que acompanha até hoje todos os projetos das cerâmicas. Em todo o Brasil, já são 42 projetos distribuídos por 55 empresas diferentes, não só no Rio de Janeiro, como também no Mato Grosso, Pará e outros estados. A negociação é feita no mercado voluntário de carbono, já que falta regulamentação para um mercado formal. Esse fator reprime a demanda por neutralização no Brasil, mas, no exterior, o mercado está mais maduro.

Segundo a coordenadora jurídica da Sustainable Carbon, Cínthia Caetano, cerca de 85% dos créditos são comprados por empresas estrangeiras. Já foram vendidos créditos para corporações como a Fundación Chile, a Vinedos Emiliana S.A,e a Interface Global, além da Disney. Já no Brasil, entre os compradores recentes estão a Suzano Papel e Celulose, a Natura e a ONG Care.

- Estamos vendo um crescimento grande do mercado voluntário de carbono no Brasil. Ele ainda anda lentamente, porque não é regulamentado, e não se aproxima da popularidade do mercado na Europa, mas a conscientização tem crescido. De qualquer forma, a atmosfera é uma só. E os impactos feitos lá podem ser compensados aqui.

Agora, os projetos estão sendo expandidos para novos estados do país, como Maranhão, Goiás e Acre. Já existem projetos no Pará e em Tocantins. E a as alternativas de combustíveis também cresceram. No Mato Grosso há cerâmicas usando glicerina, resíduo da produção de biocombustível, no lugar da madeira nativa que era utilizada. Segundo o presidente da Associação Nacional da Indústria Cerâmica (Anicer), Luis Lima, há também experiências com biomassa como castanha de caju e café: - Está tudo sendo estudado em parceria com o Sebrae e a Embrapa, como fontes de energia. Não podemos ser inocentes de dizer que de ontem para hoje estamos às mil maravilhas. Mas já melhorou uns 50%. Ainda podemos melhorar as questões sociais. Há cerâmicas no interior que são a única fonte de emprego em algumas cidades.

Este ano, o Inea fechou duas fábricas na cidade de Paraíba do Sul, porque usaram madeira nativa. Mas o número de casos vem caindo. Dez anos atrás, o setor de cerâmica era considerado um dos principais vilões pelos grandes impactos ambientais, especialmente pelo desmatamento, e também por péssimas práticas trabalhistas. O número de acidentes era altíssimo, havia índices altos de trabalho mal remunerado e a participação das mulheres era quase nula.

 

DEIXE SEU COMENT�RIO

Os seguintes erros foram encontrados:








    1. Os sites do Sistema Fiep incentivam a pr�tica do debate respons�vel. S�o abertos a todo tipo de opini�o. Mas n�o aceitam ofensas. Ser�o deletados coment�rios contendo insulto, difama��o ou manifesta��es de �dio e preconceito;
    2. S�o um espa�o para troca de ideias, e todo leitor deve se sentir � vontade para expressar a sua. N�o ser�o tolerados ataques pessoais, amea�as, exposi��o da privacidade alheia, persegui��es (cyber-bullying) e qualquer outro tipo de constrangimento;
    3. Incentivamos o leitor a tomar responsabilidade pelo teor de seus coment�rios e pelo impacto por ele causado; informa��es equivocadas devem ser corrigidas, e mal entendidos, desfeitos;
    4. Defendemos discuss�es transparentes, mas os sites do Sistema Fiep n�o se disp�em a servir de plataforma de propaganda ou proselitismo, de qualquer natureza.
    5. Dos leitores, n�o se cobra que concordem, mas que respeitem e admitam diverg�ncias, que acreditamos pr�prias de qualquer debate de ideias.
    Processo de adaptação a um cenário diferenteSindiminerais traça planos de ação para 2012