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Nesta segunda-feira (6) foi realizada, em Curitiba, a reunião de instalação do Grupo de Técnico
de Trabalho que vai avaliar as condições do maquinário industrial paranaense. O objetivo é identificar
fontes de risco a saúde nos locais de trabalho e estabelecer estratégias para garantir a segurança e
a integridade física do trabalhador.
Segundo o secretário da Saúde, Michele Caputo Neto, o Estado
mantém um sistema de monitoramento que permite analisar os principais tipos de acidentes de trabalho registrados no
Paraná. "A partir de 2011, estamos aprimorando o sistema de notificação obrigatória de doenças
e agravos relacionados ao trabalho, agora o próximo passo é utilizar esses dados para enfrentar o problema de
frente e buscar eliminar ou ao menos reduzir o número de casos", explicou.
De acordo com os dados apresentados
nesta segunda-feira (6) pelo Centro Estadual de Saúde do Trabalhador (Cest), os acidentes de trabalho e doenças
ocupacionais são uma das maiores causas para a aposentadoria precoce no Brasil. Além disso, nos últimos
anos o país registra um óbito relacionado ao trabalho a cada 3 horas e 30 minutos. No Paraná esse número
chega a uma morte por dia.
O número de amputações e esmagamentos em decorrência do trabalho
também é alarmante no Estado. "Só de amputações foram registrados 911 casos em 2010, sendo
que a maior causa foi o manuseio de máquinas inadequadas ou fora das normas de segurança e proteção
do trabalhador", destacou o diretor do Cest, José Lúcio dos Santos. A construção civil ainda lidera
o ranking do ramo de atividade com o maior número de casos acidentes, seguidos da indústria e trabalho rural.
O
grupo é coordenado pela Secretaria da Saúde, em parceria com a Secretaria do Trabalho, Emprego e Economia Solidária,
e tem o prazo de 120 dias para apresentar um estudo indicando diretrizes para a adequação ou substituição
de máquinas do parque industrial do Paraná.
"Muitas de nossas indústrias ainda utilizam equipamentos
quase feudais, sem um mínimo de estrutura adequada para oferecer segurança a seus operadores. Temos que fomentar
a modernização das indústrias e isso envolve melhorias logísticas e de tecnologia", afirmou o
secretário do Trabalho, Emprego e Economia Solidária, Luiz Cláudio Romanelli.
A prevenção de acidentes está diretamente ligada à conscientização de trabalhadores
e empregadores. Para o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, a responsabilidade do desenvolvimento
de ações de orientação e fiscalização das indústrias é dos municípios,
contudo, o Governo do Estado reforça esse trabalho através dos Centros Regionais de Saúde do Trabalhador
(Cerest). "Caso o trabalhador esteja sendo exposto a algum tipo de risco, ele deve denunciar e buscar os seus direitos junto
às instituições de proteção ao trabalhador". Outro caminho é procurar os Cerest's
ou os Núcleos de Saúde do Trabalhador, que estão distribuídos em 22 regiões do Estado.
Para informações sobre qual o Cerest ou Núcleo mais próximo do seu município, ligue para
Ouvidoria do SUS, o telefone é 0800 644 4414.
Também fazem parte do grupo as secretarias da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior, da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, da Agricultura e do Abastecimento,
Ministério do Trabalho e Emprego, Fundacentro, Ministério Público do Trabalho, Federações
das Indústrias, da Agricultura do Paraná, Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Paraná,
Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos e entidades representativas dos
trabalhadores.
O próximo encontro será realizado no próximo dia 21, às 14 horas, no Auditório
da Secretaria da Saúde, em Curitiba.