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A destinação de recursos para a gestão da segurança e da qualidade de vida do trabalhador passou a ser considerada uma estratégia de negócios, uma vez que evita grandes custos e melhora a produtividade. A afirmativa é do engenheiro de Segurança do Trabalho e advogado do Sesi no Paraná, Rodrigo Meister de Almeida.
O especialista explica que a má gestão está relacionada a altos custos industriais. “São custos como ausências e indenizações por afastamentos por doença, reiteradas faltas do trabalhador devido às más condições de trabalho, dificuldades no recrutamento de trabalhadores, gastos com novos treinamentos e na recolocação do trabalhador e problemas com a qualidade dos produtos”, relacionou.
Além dos custos para afastar um trabalhador devido a falhas na segurança do trabalho, de acordo com Almeida, se a situação não for corrigida, novos trabalhadores também poderão passar pela mesma situação, aumentando os custos.
“Vale a pena fazer investimento neste setor, investimento este que, em um primeiro momento está direcionado à organização do trabalho, portanto, será mais em tempo do que em aporte financeiro. Procurar parceiros importantes como o Sesi e a Fiep, ter boas assessorias para segurança e medicina do trabalho e aplicar recursos em treinamento. É uma mudança cultural que exige esforço, deixando velhas práticas de trabalho, orientando lideranças para as novas práticas, mas que traz um resultado importante, inclusive financeiro”, afirmou.
Para realizar essa mudança cultural, o engenheiro em segurança do trabalho acredita que é essencial a participação dos trabalhadores. “É necessário que as pessoas entendam o porquê das mudanças e contar com a participação e sugestão deles. Em geral, os trabalhadores têm boas soluções, que podem ser colocadas em prática. Quando ele compreende o porquê da mudança e entende que ela é em seu benefício direto e não uma ordem, as ações são implantadas com maior facilidade”, explicou.
Ações regressivas
Entre os custos que envolvem falhas na gestão da segurança estão a responsabilização das empresas por acidentes de trabalho, que tem sido cada vez mais frequentes. Segundo o engenheiro, em casos de afastamento por omissão ou falha da empresa, a Previdência Social tem ingressado judicialmente – e vencido – com pedidos para que a própria indústria se responsabilize por indenizar o funcionário. “Além de multas e outras sanções por deixar de cumprir normas, agora as empresas também estão sendo condenadas a pagar os valores referentes aos auxílios-saúde ou pensões por invalidez em casos em que fica comprovado o descumprimento da legislação”, explicou. Fatores como esses reforçam ainda a importância desses investimentos.
Mas, não é só na redução de custos que as empresas saem ganhando. Com funcionários mais produtivos e com maior qualidade de vida, além de mais bem treinados, o produto final também ganha qualidade e a empresa se torna mais competitiva. “As empresas têm custos de matéria-prima, insumos e operação muito parecidos umas com as outras. O diferencial acaba ficando realmente nesta gestão de pessoas. Essa diferença pode ser extremamente significativa para o ganho de mercado”, analisou Almeida.