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SINDICATO DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICAS E DE MATERIAL ELÉTRICO DE MARINGÁ

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Produção industrial do setor metalmecânico apresenta queda nos primeiros oito meses do ano

Desempenho da indústria preocupa; recuperação deve ocorrer apenas em 2015

clique para ampliar>clique para ampliarDemissões da indústria metalmecânica no Paraná superaram em 5,6 mil as admissões desde o mês de março (Foto: Reprodução)

O desempenho neste ano da indústria metalmecânica causa preocupação no Paraná. De acordo com dados da Fiep, os resultados das vendas industriais no Estado foram negativos para várias categorias nos primeiros oito meses do ano.

No setor de máquinas e equipamentos, a queda entre janeiro e agosto, em relação ao mesmo período do ano passado, foi de 7%. Já a metalurgia foi a que mais caiu, acumulando redução de 24,35% no mesmo período. As indústrias ligadas à produção de veículos automotores também reduziram as vendas industriais em 20% e as classificadas como produtores de “outros produtos em metal” recuaram 9,42% na mesma comparação.

Segundo o economista da Fiep, Roberto Zurcher, além dessa queda importante, outro número preocupante é o saldo negativo entre admissões e demissões no setor, considerando os números até o mês de julho, divulgados pelo Caged. Na indústria de transformação em geral no Brasil o saldo está negativo desde março, sendo que as demissões superaram em mais de 70 mil as admissões no período. No Paraná, o saldo é negativo desde maio, embora os resultados sejam mais discretos, com cerca de 5,6 mil demissões a mais do que as contratações. 

No setor metalmecânico, o saldo do emprego também ficou no vermelho desde fevereiro deste ano e considerando a microrregião de Maringá, nos meses de abril, junho e julho. As demissões não se restringiram a apenas uma área. Todos os subsetores apresentaram recuo no volume de emprego. Confira na tabela, o resultado do saldo para os empregos do setor no Paraná:

 

CNAE 2.0 Div

jan/14

fev/14

mar/14

abr/14

mai/14

jun/14

jul/14

Metalurgia

-44

-47

-6

-112

-350

-65

-176

Fabricação de Produtos de Metal, Exceto Máquinas e Equipamentos

388

273

-300

-161

-20

-95

-180

Fabricação de Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos

-76

14

-57

33

-96

-426

-218

Fabricação de Máquinas e Equipamentos

308

-113

136

44

-228

-69

-99

Fabricação de Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias

438

-470

4

-532

-592

264

-690

Total

1.014

-343

-223

-728

-1.286

-391

-1.363

Para o economista, esse saldo negativo é preocupante porque é um indicador de que outras medidas, como reduzir ou parar o investimento, já foram tomadas. “Um conceito que se deve ter em mente é que na indústria as demissões são o último recurso que o empresário utiliza para redução de custos. Ele primeiramente tenta baixar todos os outros custos e deixa como última medida o corte de funcionários, isso porque para a empresa o custo de reposição, treinamento e aperfeiçoamento dos funcionários é muito alto”, analisa Zurcher.

Ele explica ainda que as demissões também indicam a falta de confiança do empresário no futuro. “Se o empresário prevê que haverá retomada do crescimento ele não teria porque demitir. Os índices de confiança do empresário estão muito negativos, e não se percebe que haverá melhora nos próximos meses”, explica.

Causas

Entre as causas para a queda no setor apontadas pelo economista está a desindustrialização. “Muitos dos insumos do setor metalmecânico não estão integrados ao mercado. Hoje, em termos de preço, vale mais a pena comprar parafusos do exterior do que produzir aqui. Quando se substitui o produto nacional pelo importado você tem desindustrialização”, afirmou.

De acordo com o economista, as empresas brasileiras têm dificuldades para competir, sobretudo em função do câmbio que contou com o Real fortemente valorizado até pouco tempo e a falta de medidas de proteção. “O Brasil compete no mundo não apenas com economias de mercado, mas também com economias centralizadas, como é o caso da China, que tem medidas para garantir competitividade em preços industriais fortes, ainda que impliquem em falta de seguridade social e condições mínimas de trabalho, e no Brasil não adotamos nenhuma medida de proteção”, explicou.

Outro fator que afetou a economia brasileira e, sobretudo a paranaense, foi a crise na Argentina. Com o país vizinho com dificuldades econômicas, muitos contratos de fornecimento das indústrias paranaenses, principalmente de veículos e máquinas agrícolas ficou seriamente prejudicada.

Futuro

A previsão é de que não haja retomada da economia nos próximos meses, já que isso irá depender das medidas tomadas pelo novo governo, independentemente de quem irá assumir os cargos em disputa no período eleitoral. “Estamos prevendo a continuidade da crise até os primeiros meses de 2015. Talvez no final do ano que vem, dependendo das medidas que possam ser adotadas com o próximo governo, possa haver uma recuperação tênue da indústria”, afirmou.

Para o economista, a recuperação depende de uma série de medidas. “Teríamos que ter um projeto de desenvolvimento da indústria que preveja proteção contra produtos importados desses setores prioritários até que essa indústria se recomponha e possa competir nesse mercado”, disse.

Roberto Zurcher também acredita que são necessárias políticas industriais que prevejam certa estabilidade e possam transmitir segurança aos empresários. Ele ainda afirma que os empresários paranaenses podem ter a vantagem de não sentir de forma tão intensa a crise em função de um resultado positivo no agronegócio. “Se tivermos boa safra e uma condição agrícola favorável no Estado, com manutenção dos preços internacionais das commodities, será um pouco mais fácil para o Estado passar por esse período. Mas, de qualquer forma, não é uma situação confortável”, finalizou.

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