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A indústria paranaense não apresentou bons resultados nos primeiros meses do ano, embora a produção física no estado tenha sofrido um pouco menos que a nacional. De acordo com dados do IBGE, a produção física industrial no Paraná caiu 1,16% entre janeiro e abril (último dado disponível) deste ano, em relação aos números de 2013. Na mesma comparação, a produção física nacional caiu 1,76%.
Já nos cálculos do Departamento Econômico da Fiep, as vendas para a indústria de transformação no Paraná tiveram queda ainda maior, de 4,75%, nos primeiros cinco meses do ano, em relação ao mesmo período em 2013.
O varejo, no entanto, apresentou crescimento de 4,88% no Paraná e de 5,01% no Brasil, nos números do IBGE. Para o economista da Fiep, Roberto Zurcher, esses números são reflexo de um modelo econômico desgastado. “O crescimento do comércio dos últimos anos se deu por aumento do crédito ao consumo, redução temporária de IPI para certos produtos e aumento do emprego e da renda. Este modelo está esgotado, pois as pessoas chegaram a seu limite de capacidade de pagamento de suas dívidas e o emprego atingiu seu ponto máximo, principalmente no Paraná. Por outro lado, o aumento da inflação reduz a capacidade de compra do consumidor”, esclarece.
Para ele, no caso da indústria, a situação é ainda mais complicada. “A estrutura do Custo Brasil é incompatível com as estruturas de custos de outros países. Esta situação, somada ao Real sobrevalorizado, torna os produtos brasileiros pouco competitivos quando comparados com produtos vindos de outros países”, afirma.
Metalmecânico
No setor metalmecânico, os números do IBGE apontam queda de 1,38% na produção industrial para a metalurgia nacional. Os segmentos que apresentaram maior redução foram o de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, que caiu 10,22%, e o de fabricação de produtos de metal, que teve redução de 8,53%. A fabricação de máquinas e equipamentos também mostra queda importante de 7,53%. Apenas a fabricação de itens de informática obteve crescimento, de 16,61%. Os dados comparam os resultados de janeiro a abril deste ano em relação ao mesmo período de 2013.
No Paraná, a maior queda foi registrada entre os fabricantes de máquinas e equipamentos, que produziram 7,37% a menos, sempre na mesma comparação. Já os fabricantes de veículos também reduziram a produção em 4,15%. O único segmento que cresceu no estado foi o de fabricação de produtos de metal, que ampliou 3,99%.
Tendências
De acordo com o economista, embora o segundo semestre costume mostrar um maior aquecimento da atividade, a recuperação da economia ficará prejudicada pela falta de rumos firmes para o desenvolvimento. “Tradicionalmente, o segundo semestre é de maior atividade industrial no Paraná, porém, com a confiança do empresário comprometida, dificilmente haverá uma recuperação significativa da economia brasileira, pois, não há nenhum plano desenhado para o desenvolvimento do país. O tom deve ser de espera para ver o resultado das eleições e os objetivos e programas dos candidatos. O aumento diminuem o poder de compra do consumidor”, analisa Roberto Zurcher.
“O Brasil precisa de um modelo de desenvolvimento. Há anos que não se tem um objetivo de nação. Sem se conhecer o destino, dificilmente se sabe qual o caminho a ser seguido”, completa o especialista.