SINDIMETAL APUCARANA

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICAS, DE MATERIAL ELÉTRICO E AUTOPEÇAS DE APUCARANA

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Indústria automobilística brasileira recua e México lidera produção na América Latina

Fraco desempenho prejudica também indústrias de autopeças e afeta emprego formal em 11 cidades-polo, entre elas São José dos Pinhais, no Paraná

clique para ampliarclique para ampliarAlém da queda na produção, as vendas no setor automotivo também caíram 7% em 2014 no Brasil. (Foto: Freeimages)

O Brasil perdeu para o México o posto de maior produtor de veículos da América Latina. A expectativa é de que o setor automotivo brasileiro tenha um dos desempenhos mais fracos entre os grandes mercados em 2015. Os dados foram divulgados no mês de março pela Organização Internacional de Construtores de Automóveis (Oica), durante o Salão do Carro de Genebra.

Conforme a Oica, em 2014, a indústria brasileira automobilística registrou uma queda de 15,3% na produção - o pior resultado entre os dez principais fabricantes do mundo. Com isso, o país produziu 3,1 milhões de unidades e caiu da sétima para a oitava colocação no ranking dos maiores fabricantes globais. Já o México, que teve uma alta de 10%, alcançou a marca de 3,3 milhões de unidades produzidas, assumindo a liderança no continente latino americano.

Os números do Brasil seguem na contramão dos de países ricos e emergentes. No mundo, segundo a Oica, o setor automotivo cresceu 3% em 2014 e, neste ano, deve assistir a outra expansão de 3%, tanto na produção quanto nas vendas.

Em 2014, foram fabricadas em todo o mundo 89,5 milhões de unidades - um novo recorde. Ainda de acordo com as projeções da Oica, o volume deve chegar a 91 milhões em 2015 e, em 2020, a meta é atingir 100 milhões de carros por ano. Segundo José Carlos Bittencourt, presidente do SINDIMETAL Apucarana, a crise ainda não atingiu as indústrias do setor metalmecânico na região. "Nós trabalhamos no setor de reposição e ainda não sofremos impacto", diz. 

Vendas

Além da produção, as vendas no setor automotivo também sofreram queda de 7% em 2014 no Brasil. O país se manteve como o quarto maior mercado do mundo, mas passou a ter sua posição ameaçada pela Alemanha, que registrou uma expansão nas vendas de 3,3 milhões.

Em 2015, o país pode perder essa posição se as previsões divulgadas pelo setor no início de março forem confirmadas. Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), as vendas sofrerão uma queda de 10% em 2015. A projeção inicial da entidade, feita em janeiro, era de queda de apenas 0,5%.

Crise nas montadoras brasileiras

A demissão ou a colocação de trabalhadores em layoff pela indústria de material de transporte (montadoras e autopeças, principalmente) já afeta o emprego formal em cidades-polo. No acumulado de janeiro a setembro de 2014, em seis dessas 11 cidades brasileiras já há casos de demissões líquidas nas outras áreas, levando em consideração a diferença entre admitidos e demitidos pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O levantamento leva em conta as cidades paulistas de São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São José dos Campos, Taubaté e Indaiatuba, além de Camaçari (BA), Catalão (GO), Betim (MG), Porto Real (RJ), Gravataí (RS) e São José dos Pinhais (PR). Nestas cidades, o emprego com carteira assinada na indústria de transformação corresponde a 10% ou mais do emprego formal total do município.

Na maioria destes municípios, as montadoras de veículos ou caminhões adotaram planos de demissão voluntária ou suspenderam temporariamente o contrato de trabalho de parte de seus funcionários. No acumulado de janeiro a setembro, em número de trabalhadores, as piores situações de desemprego estão em São José dos Pinhais, com corte de 3.122 vagas formais, e em São Bernardo do Campo, com menos 3.716 empregos formais.

Em São José dos Pinhais, nos primeiros quatro meses de 2014, as demissões ainda estavam concentradas na indústria automotiva (509), enquanto no resto da economia haviam sido criados 282 empregos. Nos últimos cinco meses, foram mais 1.117 dispensas no setor de material de transporte e começaram também as demissões nos outros setores, que chegaram a 1,8 mil dispensas líquidas, somando 2,8 mil demissões na cidade.

Proporcionalmente, contudo, é a cidade de Porto Real, localizada no Rio de Janeiro, que enfrenta a pior situação. As demissões totais somam 2.109 vagas (1.517 na indústria de transporte e 592 nos demais segmentos da economia local), o que representa, de acordo com os dados do Caged, 18,5% do emprego formal na cidade.

Nas 11 cidades onde os empregos em material de transporte representam 10% ou mais do emprego formal, apenas dois municípios não registram corte de vagas nesse segmento no ano passado: Camaçari, com 23 novas vagas, e Catalão, com 118 novos postos. Os dois municípios também têm um saldo positivo no total do emprego formal, situação que também aparece em São Caetano do Sul, no ABC paulista. No município, que abriga uma fábrica da GM, o saldo de empregos é positivo, apesar das demissões no setor automotivo.

Com informações da Oica, Caged e MTE

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