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Mercado livre de energia pode apresentar redução nos custos para o setor industrial

Segmento de energia incentivada vem registrando forte migração e pode ser interessante especialmente para médias e grandes indústrias; podem participar empresas com demanda mínima contratada de 500 KW

clique para ampliarclique para ampliarIndústria deve analisar as vantagens e desvantagens do mercado livre (Foto: Pixabay)

O mercado livre de energia já vem sendo utilizado pelas grandes indústrias como alternativa na redução dos custos nesta área. Com o aumento significativo das tarifas no ano passado e um contexto econômico mais pressionado, um número maior de empresas procurou o mercado livre para amenizar os impactos. Por meio desta modalidade, são firmados contratos especiais para o fornecimento de energia que podem garantir uma economia de até 20% em relação à rede cativa, que são as distribuidoras de energia dos Estados.

O secretário executivo do Conselho de Infraestrutura da Fiep, João Arthur Mohr, conta que o mercado livre de energia surgiu a partir do investimento de indústrias em suas próprias usinas de energia para suprir demandas internas e de empresas específicas de geração de energia. No entanto, o excedente desta produção da indústria geradora, bem como a energia gerada por empresas de atuação específica no setor, ficavam disponíveis. Esta energia excedente passou a ser comercializada no chamado mercado livre.

Existem empresas especializadas que compram esta energia excedente e a distribui para outros usuários. “Como nesta área não incide os encargos embutidos na tarifa comum de energia elétrica, o custo é menor para quem compra esta energia”, explica Mohr. “No entanto, há uma série de regras para entrar no mercado livre. Não são todas as empresas que conseguem”, afirma.

Boa parte dos chamados grandes consumidores - que gastam mais de 3.000 (três mil) KW por mês - já estão no mercado livre. Estes podem comprar a energia de qualquer fonte, como de grandes usinas e de termoelétricas. A migração está mais forte desde o ano passado na parte do mercado livre abastecida por energia incentivada, ou seja, a partir de fontes como pequenas centrais hidrelétricas, energia eólica, energia fotovoltaica e aquela gerada a partir de biomassa.

Para esta modalidade específica, indústrias com demanda contratada acima de 500 KW, o que corresponde a uma conta de energia mensal de aproximadamente R$ 100mil, já podem se habilitar. As empresas que aderem a esta parte do mercado livre de energia são abastecidas apenas com estas fontes diferenciadas. “A economia varia de 10% a 20% atualmente, dependendo do preço negociado. Esta redução já foi maior. Além da entrada de muitas empresas neste mercado no período, a diminuição da tarifa do mercado regulado de energia também fez com que essa diferença fosse menor. De qualquer maneira, ela traz um impacto positivo para quem consome muita energia”, salienta Franklin Miguel, diretor presidente da Copel Comercialização, empresa da Copel Holding que atua no mercado livre de energia.

No entanto, há uma série de regras para a entrada dos pequenos consumidores para o mercado livre com energia incentivada. “Quando uma empresa está no mercado cativo, todas as responsabilidades ficam com a distribuidora de energia. Indo para o mercado livre, o consumidor assume responsabilidades”, pondera Franklin. “Uma é ser agente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. A empresa deve instalar um sistema de medição mais sofisticado para que este se comunique em tempo real com esta câmara”, exemplifica.

O não cumprimento destas obrigações geram penalidades. Por isto, os interessados devem ficar bastante atentos não apenas nos benefícios, mas também nas implicações do mercado livre. A Copel oferece, sem ônus, um serviço de assistência para as pequenas indústrias que contratam energia pela empresa para evitar problemas nesta representatividade necessária no mercado livre.

Esta modalidade funciona com contratos longos, de pelo menos três anos. Entretanto, Franklin aconselha vínculos de cinco anos, que facilitam a negociação do preço - garantindo valores mais atrativos em um setor muito volátil - e também da renovação do contrato.

“As indústrias interessadas devem estudar bastante o assunto antes de migrarem para esta modalidade. Devem consultar as empresas de comercialização de energia e até mesmo contratar uma consultoria na área de energia para verificar se vale a pena entrarem no mercado livre. O Senai Paraná presta este serviço para as indústrias aqui estabelecidas”, aconselha João Arthur Mohr.

Mais informações podem ser obtidas no site www.copel.com/hpcopel/mercadolivre.

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