Desafios para o setor do vidro em 2014
Apesar de oferecer várias opções de produtos de alta qualidade aos clientes, indústria do vidro ainda tem dificuldade de difundir
peças com maior valor agregado. Falta de mão de obra especializada e o surgimento de novas têmperas deixam empresários hesitantes
em relação ao crescimento do setor
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Vidros autolimpantes, acústicos, laminados ou refletivos de alta performance.
Essas são algumas das muitas opções de produtos de ponta que a indústria do vidro pode oferecer
aos consumidores paranaenses em 2014.
Entretanto, o setor ainda deve esbarrar em alguns problemas para expandir sua
produção. Assim observa Rosemari Bremm, integrante do conselho fiscal da Adivipar e diretora da Mary Art Vidros,
em Guarapuava.
Para Rosemari, um dos principais desafios do segmento é vencer a resistência de consumidores, ainda
habituados a vidros comuns, e que ainda não possuem o hábito de investir em vidros de alta qualidade. “Infelizmente,
apenas um grupo pequeno de clientes deseja diferenciar sua obra”, diz Rosemari.
Gerente da Temperline em Cascavel, José Carlos Cavaliere concorda. “No interior do Paraná, o
consumidor em geral ainda é muito conservador e não quer gastar muito. Por isso, vidros refletivos, de alta
performance, ainda só são usados em prédios mais modernos e em cidades maiores”, conta Cavaliere.
Falta de mão de obra especializada
Outro entrave para uma maior disseminação de vidros com maior valor agregado está na falta de mão
de obra especializada. Afinal, produtos diferenciados exigem maiores conhecimentos dos vidraceiros.
“Infelizmente,
muitos vidraceiros não procuram ou não têm acesso a uma melhor formação. Por isso, hoje
só 5% das vidraçarias vendem produtos com maior valor agregado. Muitas fábricas que lançam novos
produtos também não oferecem treinamento suficiente. Precisaríamos então ter muito mais eventos
de profissionalização no setor”, explica Rosemari.
Para além da falta de mão de obra, o setor também precisa resolver o problema da alta taxa de
inadimplência que permeia toda a sua cadeia produtiva e precisa lidar com a divisão de lucros gerada pela abertura
recente de novas têmperas no Paraná. “Ainda assim, esperamos que 2014 seja um pouco melhor que 2013, que
não foi um ano de crescimento. Por outro lado, sabemos que não vamos atingir um crescimento acima de 10% como
foi há quatro anos, mesmo sendo ano de Copa. Por tudo isso, 2014 é um ano para se ter cautela”, conclui
Rosemari.