Rua XV de Novembro, 2535
1º andar - sala 1
83.601-030 - Campo Largo/PR
sindilouca@uol.com.br
Tel/Fax:
(41) 3292-2482
Para que o governo alcance o objetivo de tornar o Brasil um país mais competitivo é fundamental que a redução das tarifas de energia seja mais abrangente. Esse é o pensamento da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), que aponta que o país tem uma das tarifas mais caras do mundo. A entidade está encampando o projeto + Gás Brasil destinado a preparar estudos sobre produção e custos do gás no Brasil.
Segundo a associação, o Brasil está no topo do ranking mundial, com os maiores preços praticados no mercado de gás natural. “Aqui, o gás custa cerca de quatro vezes mais do que no exterior. Isso impacta a produção industrial e acaba repassado ao consumidor, no preço do produto”, disse o presidente da Abrace, Paulo Pedrosa.
A Abrace informa que, no Brasil, o gás natural é vendido a US$ 14 por milhão de unidades térmicas britânicas (MBTU), apesar do desconto oferecido pela Petrobras às indústrias. Sem a redução, o preço estaria 47% maior.
De acordo com um estudo da associação, mesmo com o desconto, nos últimos seis anos o preço do gás dobrou no Brasil, enquanto, no mesmo período, os preços de referência norte-americanos caíram quase 60%. “É o baixo preço do gás que está recuperando a economia dos Estados Unidos. Lá, os preços oferecidos são quatro vezes menores do que o nosso”, disse Pedrosa.
Segundo estudo realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a pedido da Abrace, se o Brasil reduzir o custo do MBTU pela metade, para US$ 7, haveria aumento do Produto Interno Bruto (PIB) anual de 0,5 ponto percentual. Em valores nominais, até 2025 a redução de preço poderia gerar R$ 700 bilhões.
Mais Gás - Nesse ano a associação lançou oficialmente o projeto + Gás Brasil para incentivar políticas de estímulo ao crescimento econômico e ao aumento da produção industrial.
O + Gás Brasil nasceu da necessidade observada pela indústria brasileira em propor uma discussão séria e consistente sobre o futuro do gás natural na matriz energética nacional. A partir dessa iniciativa e sob liderança da Abrace, um grupo de empresas e associações setoriais contratou estudos com renomados consultores nacionais e internacionais para fazer um diagnóstico do mercado e apontar oportunidades para transformar o energético em uma vantagem competitiva brasileira.
Foram estudados os entraves ao desenvolvimento dessa indústria, mas também o potencial de investimentos, os impactos na economia e propostas de incremento da oferta e da própria demanda. A intenção da entidade é tornar o gás natural um fator de desenvolvimento do Brasil. Mais informações no site do projeto.
O Brasil é o 17º país no ranking mundial de consumo de gás. De acordo com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os setores de insumos básicos são altamente dependentes do gás natural. Fazem parte desse grupo, indústrias siderúrgicas e de minério de ferro, papel e celulose, alumínio, química, cerâmica e vidro.