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A preocupação com a manutenção no nível de emprego diante da crise que afeta a economia brasileira e paranaense deverá dar o tom principal das discussões sobre o piso salarial regional do Paraná que serão retomadas em fevereiro. O tema é discutido por membros do governo estadual, das centrais sindicais e do setor produtivo, que é representado pela Fiep, Fecomércio e Faep.
De acordo com o vice-presidente da Fiep e representante da instituição na comissão que trata sobre o tema, Carlos Walter Martins Pedro, as negociações foram retomadas de modo antecipado para aprimorar aspectos do relacionamento entre os representantes de cada segmento. Já ocorreram, desde novembro de 2015, três reuniões para discutir o assunto, e os encontros devem voltar a ocorrer no início de fevereiro.
O vice-presidente acredita que o momento será de união, para a manutenção da produção e dos empregos. Segundo ele, o histórico recente mostra que é possível que os setores se unam para buscar a melhor decisão conjunta. “Em 2014 conseguimos, pela primeira vez, chegar a um consenso sobre esse assunto, definindo não só o reajuste para 2014, mas também o índice para 2015”, explicou.
Agora, com o agravamento da crise, o industrial acredita que deve haver um cuidado ainda maior em relação a qualquer aumento de custo, para não colocar em risco postos de trabalho. “Temos uma dificuldade econômica como há muito tempo não tínhamos no país, com uma crise de emprego e de produção, além de uma falta de perspectiva de recuperação. Neste cenário de incertezas, acredito que a prioridade será privilegiar a manutenção de alguma produção e do emprego e talvez a elevação do piso, que já é o maior do país, precisará ser olhada com muita atenção. Agora é hora do governo, dos trabalhadores e das empresas lutarem juntos pela recuperação da economia, gerando um ambiente propício para que todos possam voltar a crescer rapidamente”, afirmou.
O industrial também lembra que, além dos problemas estruturais e alta carga tributária, a elevação de custos dos preços administrados pelo governo - como energia elétrica, combustíveis e telecomunicações - contribuiu ainda mais para o agravamento da crise.
Além da discussão acerca do valor do piso regional, neste ano haverá ainda discussão de outros pontos importantes relacionados aos empregados, como as condições de trabalho, entre outros.
Piso regional
O piso salarial regional do Paraná - que hoje é o maior do País - é válido apenas para os trabalhadores das categorias chamadas de “inorganizadas”, ou seja, que não possuem convenção ou acordo coletivo de trabalho. Para as demais categorias, o valor válido de piso salarial é acordado diretamente entre os representantes dos trabalhadores e os sindicatos patronais, podendo retratar de forma mais fiel as condições locais e de cada setor.
Apesar disto, considera-se que de forma indireta o piso regional influencie de alguma forma também essas negociações. De 2014 para 2015, o piso foi reajustado em 8,8% e passou a variar de R$ 1.032,02 a R$ 1.192,45.