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Como atrair novos associados, aumentar a arrecadação sindical e ter um diferencial na oferta de serviços
para seus filiados? Três sindicatos ligados à Fiep apresentaram os caminhos que precisaram percorrer e as estratégias
que adotaram para atingirem estes objetivos. Os cases de gestão bem sucedida foram apresentados no dia 24 de outubro,
durante o encontro anual de sindicatos, realizado pela Fiep, em Campina Grande do Sul.
O primeiro case foi apresentado
por Alcino Tigrinho, do Sindimetal. O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgica, Mecânicas e
de Material Elétrico do Estado do Paraná, explicou como a entidade conseguiu um valor expressivo de arrecadação.
“Estabelecemos um plano de ação para conseguirmos uma participação maior. As principais
estratégias adotadas foram a atualização cadastral através de formulários enviados anualmente,
uma interação com escritórios de contabilidade para que nos auxiliassem na conscientização
sobre a importância da contribuição sindical e uma oferta de serviços atrativos para nossos associados”.
Também
houve um cuidado maior com o cronograma de ações. O formulário cadastral (guia de recolhimento), por
exemplo, foi enviado pouco antes do final do ano, para não ser somado a outros documentos que costumeiramente chegam
para as indústrias nesta época do ano. Os níveis de inadimplência passaram a ser acompanhados por
indicadores trimestrais. O sindicato passou a ser presente do cotidiano de seus associados com participações
em feiras, com reforço na comunicação por e-mails e telefonemas e na oferta constante de cursos e palestras.
Tigrinho
encerrou sua apresentação com um recado para os sindicalistas presentes: “Mudamos nossa abordagem sobre
a arrecadação porque, para nós, só faz sentido existirmos se tivermos associados. Não podemos
criar o bolsa-sindicato. Amigos, mexam-se!”
Em busca de novos associados
O segundo case foi
apresentado por João Guido Campelo, diretor executivo do Sinduscon-PR. O sindicato da Indústria da Construção
Civil de Curitiba e Região Metropolitana não conseguia passar da marca dos 325 associados, num universo de 3.500
mil empresas. “Decidimos ser mais agressivos na atração de novos filiados e contratamos uma assessoria.
Percebemos que precisávamos focar nas micro e pequenas”, explicou Guido.
Uma das primeiras ações
da estratégia de aumentar o associativismo foi reunir numa só sede as administrações do Sinduscon
e do Seconci – Serviço Social da Indústria da Construção Civil. Com a medida, o sindicato
pôde oferecer as salas liberadas para locação, um atrativo a mais para a maioria das indústrias
deste setor, de pequeno porte.
O Sinduscon também aumentou a oferta de assessoria às empresas, de acordo
com suas necessidades – jurídica, técnica, econômica, com orientação de questões
trabalhistas. Com o pacote de ações, o número de associados passou de 325 para 1.050, um aumento de 225%
em 8 anos.“Hoje, o Sinduscon-PR tem mais associados que o Sinduscon-SP, que tem uma base muito maior que a nossa”,
destacou Guido.
Visão empresarial
O último case do encontro anual de sindicatos do
Paraná foi apresentado pelo Sindvest Maringá. Em sua fala, a gerente executiva do Sindvest, Rosângela
Correa, destacou a necessidade de se repensar antigos modelos de ação. “Hoje é preciso ver o sindicato
como uma empresa. Ele precisa ser sustentável e ser capaz de oferecer produtos de valor a seus associados”, afirmou.
Aplicando essa diretriz, o Sindvest mantém uma média de 680 associados. “Temos há um bom tempo
esse número elevado de empresas porque buscamos constantemente oferecer benefícios a elas. Temos hoje um banco
de produtos disponíveis.”
Rosângela cita como exemplo a disponibilização de três
renomados consultores de moda. Por meio de parcerias, eles oferecem assistência aos associados, por valores bastante
acessíveis. Além disso, o sindicato implementou o uso do Cooper Cred, cartão usado em múltiplas
funções pelos associados. Por esse uso do cartão, o Sindvest possui uma participação de
lucro, que é revertido em benefícios aos próprios associados. “Também criamos em nossa sede
uma sala de criatividade, na qual os associados têm acesso a assinaturas de sites especializados em moda. Assim os empresários
podem estar constantemente ligados às novas tendências.”
Criado em 1990, nos últimos dois
anos, o sindicato ofereceu 23 cursos de qualificação, promoveu 8 desfiles, 2 concursos de moda, 6 encontros
empresariais, e investiu maciçamente em eventos de moda. “Os R$ 2 milhões que investimos em comunicação
no Maringá Fashion Mix nos renderam R$ 8 milhões em mídia espontânea. O que poderia parecer um
gasto do sindicato foi, na verdade, um investimento com um retorno fantástico para todos os nossos associados”,
concluiu Rosângela.
Para o gerente da Central de Relações com Sindicatos e Coordenadorias Regionais
da Fiep, Milton Bueno, os cases apontam caminhos para o fortalecimento sindical. “Muitas vezes são ações
simples, mas que geram grandes resultados. O que podemos perceber nestas histórias de sucesso é o esforço
em gerar aproximação, a vontade de fazer dar certo e de fortalecer o setor”, avaliou.