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O setor calçadista brasileiro tem um forte impacto social no país, mas está passando por um processo
de enxugamento. Esta é uma das conclusões do Brasil Calçados 2012, relatório setorial divulgado
pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi) no dia 24 de maio. A terceira edição do trabalho apontou
que 3,3% dos trabalhadores alocados na produção industrial em 2011 ocupam o setor de calçados. Os empregos
diretos somaram 335,5 mil postos de trabalho no ano passado. O saldo foi 3,2% menor em relação a 2010, quando
a indústria calçadista empregou 348 mil trabalhadores.
A pesquisa também indicou que o setor calçadista
nacional reduziu 8,4% o volume de calçados produzidos em 2011 em comparação com o ano anterior. Os 8,2
mil estabelecimentos voltados para a fabricação de calçados produziram no ano passado 819 milhões
de pares, contra os 894 milhões de 2010. Em valores monetários, a produção calçadista gerou
divisas de R$ 21,8 bilhões, o que equivale a 1,09% do valor total da produção da indústria brasileira
de transformação (excluindo a extração mineral e a construção civil).
Os
investimentos realizados em 2011 somaram R$ 521 milhões e foram destinados para a modernização do parque
industrial, principalmente através da aquisição de máquinas e equipamentos (58%) e em P&D
(31%). Segundo Heitor Klein, diretor executivo da Abicalçados, este relatório é estratégico. "Os
dados sinalizam a importância da adoção de políticas de desenvolvimento que impeçam a desindustrialização
do setor, hoje estimulada pelo desequilíbrio cambial e pela entrada acentuada de calçados importados", afirma.
Produção diversificada - O Brasil Calçados 2012 evidencia também a diversificação
da produção nacional. Couro, borracha, tecidos e artigos exóticos são componentes utilizados pelo
setor, que atua em todos os segmentos de produtos.
A pauta da produção brasileira é dominada pela
linha de calçados de plástico/borracha, na qual se inserem chinelos e sandálias, detendo 53% da produção
nacional. Dos 819 milhões de pares produzidos no ano passado, 434 milhões foram neste segmento. Os calçados
em couro representaram 29% da produção nacional, isto é, 237,5 milhões de pares, seguidos pela
linha de esportivos, com 10%. As fábricas voltadas para esta área produziram 81 milhões de pares. Calçados
produzidos com outros materiais participam com 8%.
A pesquisa deste ano contém um dado inédito, que é
o da distribuição da produção por gênero. Os modelos femininos responderam por 56% do total
fabricado no País em 2011, enquanto os sapatos masculinos detiveram uma participação de 21%. Os calçados
infantis e bebês apresentaram um percentual de 20,5%, enquanto os calçados considerados unissex ficaram com uma
fatia de 3%.