Sindicato das Indústrias de Artefatos de Couro do Estado do Paraná

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O caminho da competitividade

07 de outubro de 2011

Empresários apontam o que precisa ser feito para garantir a continuidade do crescimento e o fortalecimento da indústria

TRÊS PERGUNTAS A...

Aguinaldo Diniz Filho,Presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) - "Uma grande prioridade é o resgate da competitividade da empresa brasileira"

Qual a sua avaliação sobre o Brasil nesses dois anos?

Nosso país foi bem nesse período, em especial quanto ao enfrentamento da grave crise mundial desencadeada em 2008. Nosso maior mérito foi ter conseguido promover a retomada econômica, por meio de medidas emergenciais de redução tributária e injeção de recursos públicos no mercado, sem gerar um gargalo fiscal, como ocorreu em outras nações. Também merece ênfase a ascensão socioeconômica de milhões de brasileiros.

Por outro lado, continuaram a impactar negativamente a atividade econômica a carga dos impostos e sua complexidade, o custo dos encargos que se sobrepõem aos salários, onerando especialmente as indústrias intensivas em agregação de valor via mão de obra, o custo da energia , o exagero dos juros, o desequilíbrio cambial e os ônus do "Custo Brasil". Caso tivéssemos iniciado o equacionamento destas questões certamente estaríamos muito melhores em termos de competitividade.

Luiz Fernando Furlan, Ex-ministro da Indústria e Comércio e conselheiro da BR Foods - "O maior avanço dos últimos anos foi a sensação de "normalidade" no dia-a-dia"

Tivemos grandes avanços. O mais importante foi que a transição entre governos aconteceu sem percalços.

Normalmente, quando troca de gestão há um solavanco.

Trocamos o presidente do Banco Central, mas não tivemos impactos negativos na economia, mantivemos o ministro da Fazenda, o que foi muito bom porque ele contribuiu para alavancar a economia. Entendo que a inflação de hoje é um fenômeno global e a nossa é uma das mais baixas do Bric, equivalente apenas à da China, que também gira em torno de 6,5%. Diferentemente do passado, estamos sofrendo uma epidemia. Com a crise, os preços de commodities foram afetados e isso se refletiu na inflação.

Mas é transitório. Acredito que o maior avanço dos últimos anos foi a introdução de uma sensação de "normalidade" ao dia-a-dia. Em outubro de 2009 já tínhamos saído da crise e estamos mais tranquilos quanto à sustentabilidade do mercado doméstico.

Antonio Carlos Valente, Presidente da Telefônica Brasil - "O percurso é longo, mas estamos no caminho certo"

Foram dois anos em que houve continuidade do processo de aumento de consumo e de melhoria das condições de vida de amplos setores sociais, especialmente nas classes C e D. Esse é um dos principais motivos que levam ao aquecimento do mercado interno, fator determinante para o País passar relativamente ileso às turbulências verificadas nas economias da Europa e Estados Unidos.

O vigor atual da economia pode ser tangibilizado também pelos crescentes investimentos nos mais variados setores.

No caso da Telefônica/Vivo, por exemplo, entre 2011 e 2014, haverá aplicação de recursos da ordem de R$ 24,3 bilhões. Tudo isso vem colaborando para amenizar os acentuados desníveis de distribuição de renda que por décadas caracterizaram a realidade brasileira. O percurso é longo, mas estamos no caminho certo para alcançar níveis cada vez mais acentuados de desenvolvimento e justiça social.

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Quais as prioridades do país daqui para a frente?

Aguinaldo Diniz Filho - A grande prioridade é o resgate da competitividade das empresas brasileiras, em especial a indústria de transformação. O crescente déficit na balança comercial de manufaturados exige a urgente implementação de medidas que aumentem a competitividade sistêmica do Brasil. Para isso, são prementes do ponto de vista da indústria têxtil e de confecção acelerarmos a criação de regime tributário diferenciado para a indústria intensiva em mão de obra. Para isso, temos mantido diálogo com o MDIC e com o Ministério da Fazenda a quem já apresentamos proposta que se encontra em análise .

A valorização aguda do real, a despeito do aumento do dólar nas últimas semanas, agravou os efeitos de problemas estruturais de nossa economia, como os juros e impostos elevados e demais ônus do "Custo Brasil".

Luiz Fernando Furlan - A educação deve ser uma das principais prioridades de governo daqui para a frente. Tivemos sim muitos avanços, como a universalização do ensino básico. Mas falta investir agora na qualidade do ensino. Intraestrutura também deve ser prioridade. Estamos crescendo muito e os gargalos começam a aparecer. Não adianta falar para uma criança que ela tem de usar o sapato do ano passado porque o pé dela cresceu. Ao invés de comprar outro sapato, estamos dando um chinelo para ela calçar - um exemplo disso são os puxadinhos nos aeroportos. Estamos construindo infraestrutura para quebrar galho, o que é insustentável.

Por fim, a reforma tributária é mais uma das prioridades.

Percebo que os órgãos públicos aceitam uma reforma, desde que ela não traga risco de menos arrecadação.

A idéia de reforma tributária deve abranger a simplificação de impostos, sem elevar a carga.

Antonio Carlos Valente - Assim como já vem fazendo, acreditamos que o governo continuará dando ênfase em sua política de inclusão digital, condição indispensável para melhoria, entre outros quesitos, do nível educacional da população e de maiores oportunidades de trabalho. Acreditamos que obras e projetos de infraestrutura - portos, rodovias, ferrovias, aeroportos etc - deverão ser também prioritários para acompanhar o desenvolvimento da economia e o aumento da renda, independentemente da realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Além disso, o governo vem demonstrando cada vez mais preocupação e aumentando esforços e recursos na área de saúde, educação e habitação, setores em que temos ainda um longo caminho a percorrer.

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Qual a sua sugestão para colocar em prática essas prioridades?

Aguinaldo Diniz Filho - A primeira sugestão é a rápida implementação do Plano Brasil Maior, anunciado pela presidente Dilma Rousseff, com as mudanças previstas na base de cálculo da contribuição patronal para a previdência, para alguns setores, recuperação mais rápida dos impostos incidentes sobre investimentos, novas linhas de financiamento como o Revitaliza, entre outras medidas anunciadas. Como bem

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