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As rodovias brasileiras, responsáveis por 95% do transporte de passageiros e 61% do transporte de carga, necessitam de pavimentação de alta durabilidade e baixo custo de manutenção, capaz de suportar o tráfego intenso, pesado e repetitivo. Sob este aspecto, o pavimento de concreto é a alternativa mais adequada para melhorar a qualidade das estradas, de forma a garantir a segurança dos usuários e a produtividade e competitividade do setor de logística e da própria economia do País. No entanto, apenas 4% das estradas adotam essa alternativa.
A necessidade de melhorar a qualidade das estradas é evidenciada por estudo realizado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) em 2011, segundo o qual 47,9% dos trechos de rodovias pesquisados estão em estado regular, ruim ou péssimo. Entre outras vantagens, por ser mais claro, o pavimento de concreto proporciona maior visibilidade ao motorista e economia de energia elétrica na iluminação pública. Ainda em relação à segurança, esse tipo de piso permite uma distância de frenagem menor, principalmente em dias de chuva, e não promove aquaplanagem.
Estudo feito pelo Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá indica que caminhões podem economizar até 11% de combustível, rodando em rodovias de concreto. Os técnicos justificam o resultado pela menor inércia que o pavimento de concreto proporciona aos caminhões, já que estradas de concreto possuem superfície rígida, indeformável e estável.
O pavimento de concreto não é novidade nas vias e rodovias. O Brasil foi um dos primeiros países a empregá-lo já no início do século XX, e sua utilização foi intensificada até a década de 1970, diminuindo a partir daí por aspectos da conjuntura econômica e financeira do país.
O uso do concreto como revestimento e base em recapeamentos de pavimentos asfálticos, chamado whitetopping ou “cobertura branca”, pode ser a solução para a melhoria das rodovias, estradas vicinais e corredores de ônibus no Brasil. O whitetopping pode ser colocado diretamente sobre a superfície do antigo pavimento, requerendo apenas preparo prévio quando o pavimento flexível a ser reabilitado estiver em estágio avançado de deterioração funcional ou estrutural. O pavimento asfáltico se transformará em excelente camada de fundação, incorporando-se estruturalmente ao concreto.
Também chamado de “pavimento verde”, o pavimento de concreto é uma das alternativas mais recomendadas para atender às exigências ambientais, cada vez mais rigorosas e determinantes para a aprovação dos projetos. Ele não requer operações tapa-buracos e recapeamentos frequentes, ações que provocam congestionamento e acentuam a emissão de CO2, principal gás causador do efeito estufa, pelos veículos parados, gerando desperdício de combustível. Por ter maior durabilidade e exigir pouca manutenção, resulta em redução de custos e menos impactos ao meio ambiente.