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A indústria de alimentos e bebidas colocou o pé no freio no primeiro semestre do ano. Os planos para novos investimentos somaram R$ 8,1 bilhões, montante menor do que no mesmo período de 2011 (R$ 12,1 bilhões). Boa parte dessa redução no ritmo está ligada à oneração do setor para compensar incentivos a outros segmentos, como no caso da isenção do IPI para os veículos. O aumento no preço dos produtos começará a ser sentido em outubro, quando passa a valer a nova tributação ao setor de bebidas.
O governo indicou em abril que elevaria impostos sobre várias bebidas para compensar desonerações em outros setores, como móveis e eletrodomésticos, com o objetivo de estimular a economia. Em maio, o aumento dos tributos foi confirmado para outubro. Segundo cálculos do setor, o aumento da carga tributária, da ordem de 27% para cervejas e 10% para refrigerantes, é o maior da história, como aponta levantamento da Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia).
A recém-criada Associação Nacional da Indústria da Cerveja (CervBrasil), que reúne as quatro maiores fabricantes do país (Ambev, Schincariol, Heineken e Petrópolis) organizou ações para que fosse revisto o aumento da tributação, mas não obteve sucesso. Um dos argumentos do governo para manter a decisão foi que o segmento conseguirá equilibrar as contas com o aumento de vendas que acontece no verão.
No Paraná, a posição do governo não foi bem recebida. "As empresas estão trabalhando no limite. Quando houver o aumento na tributação, vão repassar para os preços", argumenta o presidente do Sindibebidas, Nilo Cini Junior. O problema é que mais impostos também geram desequilíbrio dentro da própria indústria. "Prejudica ainda mais as empresas estruturadas que trabalham na legalidade, enquanto as fabricantes que trabalham na ilegalidade ganham ainda mais vantagem competitiva", lamenta ele.