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Depois da reação do setor de bebidas, o governo protelou até junho o aumento do Imposto de Produtos Industrializados (IPI) de bebidas frias (água, cerveja e refrigerante). A medida serviria para compensar parcialmente a desoneração de R$ 3,1 bilhões prevista no pacote de incentivo à indústria. A reunião do Fórum Setorial de Bebidas promovido pela Fiep, no dia 12 de abril, deixou claro que as empresas do segmento seriam penalizadas.
O presidente do Sindibebidas, Nilo Cini Junior, demonstrou descontentamento com a intenção de utilizar a
indústria de bebidas para compensar os benefícios concedidos a outros segmentos. "Somos um dos setores que vai
pagar a conta", afirmou.
Após anunciar medidas de desoneração da folha de pagamentos para mais
11 setores industriais, o governo federal aventou a possibilidade de aumentar o IPI sobre bebidas frias. Mas voltou atrás
e desistiu de mexer no imposto pelos próximos dois meses.
Cini Junior explica que uma das preocupações é que a carga tributária incide de forma igual para todo o setor, independente do porte da empresa. "Uma empresa pequena tem dificuldades em absorver uma carga maior e fica difícil competir em um mercado concorrido", disse.
Política - Depois das reações negativas ao anúncio do aumento no IPI sobre as bebidas frias, o subsecretário de Tributação e Contencioso da Receita Federal, Sandro Serpa, apressou-se em dizer que o imposto poderia deixar de subir em alguns casos. Ele explicou que o governo está apenas atualizando a tabela de preços que serve de base para o cálculo do IPI, PIS e Cofins. Mas isso não minimizou o descontentamento dos industriais.
Apesar de a legislação estabelecer a atualização periódica da tabela, Serpa admitiu que a decisão de quando os preços são revisados é política. "A lei prevê que, de tempos em tempos, os preços precisam ser atualizados, mas não informa a frequência. A decisão (sobre a revisão da tabela) cabe ao governo", declarou.