Cresce movimento para substituição de corantes em bebidas

Nos EUA, Coca e Pepsi vão mudar fórmula para evitar alerta de câncer. No Brasil, algumas das bebidas já usam caramelo natural na composição

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu o pedido para substituição do "Caramelo IV" por corantes naturais na formulação de refrigerantes, energéticos, sucos, cereais matinais e outros produtos alimentícios. Nos Estados Unidos, algumas mudanças já estão ocorrendo. Os responsáveis pela fabricação da Coca-Cola e da Pepsi terão de alterar a composição do corante caramelo dos seus refrigerantes.

A Proteste Associação de Consumidores, que solicitou à Anvisa substituição da substância química pela natural, também fez contato com os fabricantes de bebidas. A entidade argumenta que, ao analisar a lista de ingredientes da rotulagem de alguns refrigerantes do mercado brasileiro, constatou que produtos da Coca-Cola e alguns da Pepsi apresentam o corante Caramelo IV na composição, substância apontada como cancerígena. Também encontrou no Guaraná das marcas Antarctica, Kuat e Schin.

As versões tradicional e light da Pepsi, por exemplo, utilizam o corante INS 150a, o caramelo natural, considerado mais seguro. "Isso demonstra que a troca na formulação para garantir a saúde do consumidor é possível", argumenta a entidade.

Lá fora - Usado para dar cor aos produtos, o corante caramelo será retirado da fórmula da Coca-Cola e da Pepsi nos Estados Unidos após o estado da Califórnia inseri-lo na lista de substâncias cancerígenas. A alteração será feita para que os fabricantes não tenham de colocar um alerta de risco de câncer em suas embalagens.

Representando a empresa Coca-Cola nas negociações com a Justiça da Califórnia, Diana Garza Ciarlante disse que a companhia determinou aos fornecedores de corante caramelo que modifiquem o processo de fabricação do produto. A ação cria expectativa de que a substituição se estenda para outros países.

O objetivo da medida, segundo a Coca-Cola, é reduzir a substância denominada química 4-metilimizadol - apontada como uma ameaça à saúde. De acordo com Garza Ciarlante, a empresa fez a alteração, mas acredita não haver risco para a saúde pública. "Para a substância ser nociva uma pessoa teria que beber mil latas ao dia", afirma a empresa.