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Conforme anúncio do diretor de habitação da Caixa Econômica Federal, Teotônio Rezende, o banco pode voltar a elevar o juro do financiamento imobiliário neste ano, se necessário. A elevação pode acontecer diante da maior pressão sobre as margens do banco provocada pelo uso de recursos mais caros para conceder empréstimos.
O posicionamento reflete, em parte, os sucessivos resgates no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), principal fonte de financiamento para compra de imóveis no país, em razão da perda de atratividade do investimento. Após resgates líquidos recordes de R$ 53,6 bilhões em 2015, a caderneta de poupança já teve saída de R$ 24 bilhões só no primeiro trimestre deste ano.
Com isso, a Caixa, maior concessora de crédito para habitação do país, tem sido obrigada a lastrear parte dos empréstimos feitos para o setor em papéis de mercado, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), que têm custo maior. Atualmente, cerca de um terço dos empréstimos do banco feitos por meio do SBPE são lastreados em LCI. A meta da Caixa é reduzir esse percentual para cerca de 15%, conforme Rezende.
Para evitar uma pressão maior sobre suas margens, a Caixa subiu o juro dos empréstimos para os tomadores quatro vezes desde o começo do ano passado, a última em março. Com isso, o juro médio das concessões no banco subiu de cerca de 8% para 10% anuais. O teto regulatório é de 12%.
Além disso, a Caixa também está sendo mais rigorosa em novas concessões, exigindo valor de entrada maior ou mais garantias dos tomadores. Com isso, o banco prevê desembolsar cerca de R$ 87 bilhões em novos empréstimos para o setor em 2016, ante R$ 90 bilhões no ano passado. Em 2013, o banco estatal chegou a emprestar cerca de R$ 135 bilhões.
Com informações da Caixa Econômica Federal