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As empresas costumam sentir falta de um departamento ou especialista em gerenciamento de risco, quando o problema já está instalado. Em muitos casos o problema poderia ser evitado, mas o despreparo o torna imprevisível. O setor da construção civil está entre os mais suscetíveis a ocorrência de acidentes que poderiam ser evitados, já que eles dão avisos sutis, mas que precisam de olho clínico para serem antecipados e resolvidos. Por outro lado, o segmento não costuma dar muita atenção para essa área.
Para o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Mozart Bezerra da Silva, que estuda gerenciamento de risco na construção civil, o motivo de as corporações darem pouca atenção a esta área é que se trata de um tema intangível, quando comparado aos processos diários de operação. “As empresas inicialmente se preparam para lidar bem com questões visíveis e comuns, inclusive para corrigir os problemas depois que eles acontecem”, aponta. O gerenciamento do risco trata de ações de natureza preventiva, que muitas vezes são deixadas em segundo plano. “Principalmente para quem nunca foi atingido por um prejuízo”, explica.
O professor, que realizou um estudo de mestrado sobre o tema em 2008, detectou que não existe essa cultura no setor. “A indústria da construção civil é bem menos preparada que as de produção em série”, diz. Ele pondera que deveria ser o contrário, já que naturalmente toda construção tem um escopo de periculosidade. “O risco está presente no porte do negócio, na mão de obra, no projeto, na meteorologia, nos recursos, enfim, nas incertezas que fazem da construção civil um setor extremamente arriscado”, destaca Silva.
O especialista deixa claro que a gestão de risco não faz distinção entre grande e pequena empresa ou entre corporação de capital aberto ou familiar. “É uma questão de cultura da companhia, de sua percepção e aversão ao risco, muito mais do que do porte ou do modelo que ela adota”, define, apontando os cinco passos básicos para que uma empresa implante um procedimento de gestão de risco:
1) Reunir os colaboradores mais experientes.
2) Brainstorming (pensar em qualquer possibilidade) sobre o que pode dar
errado.
3) Classificação do impacto dos riscos. Quais têm mais chance de ocorrer e poder de reduzir
a lucratividade da empresa.
4) Busca de respostas ao risco. O que pode ser feito hoje, dentro da viabilidade, do
planejamento, do orçamento e do gerenciamento, para reduzir o impacto dos riscos e os problemas potenciais.
5) Monitoramento contínuo, pois sempre podem surgir novos riscos.