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A partir do ano que vem, empresas contratadas pela prefeitura para asfaltar ruas ou executar obras tapa buracos deverão utilizar, no mínimo, 20% de massa asfáltica composta de borracha de pneus velhos. A medida foi aprovada ontem pela Câmara de Uberlândia sob a justificativa de dar uma solução ecologicamente correta aos pneus descartados no município, bem como para melhorar a qualidade da malha viária urbana. A lei entrará em vigor em um prazo de 90 dias.
A empresa que descumprir a medida estará sujeita a perder a licença para executar novos empreendimentos no município. O uso de massa asfáltica de borracha é uma das maneiras encontradas para diminuir o impacto ambiental causado pelo descarte incorreto de pneus, que levam, em média, 600 anos para se decompor. O asfalto-borracha já foi utilizado em sistemas viários de São Paulo, como no sistema Anchieta-Imigrantes, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul.
Outra justificativa apresentada por vereadores para aprovar o projeto de lei é de que o asfalto de borracha de pneu tem duração média 40% maior do que comparado com o asfalto tradicional. Em média, uma tonelada de asfalto de borracha é 15% mais cara do que a tonelada do tradicional. Mesmo com a diferença de preços, para o vereador Célio Moreira (PMDB), autor do projeto de lei que obrigou o uso de asfalto-borracha no município, não haverá prejuízos aos cofres públicos da cidade.
“O município seria beneficiado com a redução dos gastos de operações tapa-buracos e também com a diminuição de acidentes que são causados por conta do asfalto ruim”, disse Moreira. Por mês, a prefeitura de Uberlândia gasta cerca de R$ 5,7 mil com operações tapa buracos.
Uso do material é compensatório
Para o Engenheiro Civil e especialista em Trânsito e Transportes Marcos Pimentel de Oliveira, os principais benefícios causados pela substituição da massa asfáltica tradicional pela massa de borracha de pneus inservíveis são de ordem ambiental. “A maior preocupação é de dar uma destinação correta a pneus velhos, que não teriam onde ser descartados”, disse. Segundo a assessoria de comunicação da prefeitura, cerca de 19 mil pneus velhos são recolhidos das ruas de Uberlândia por mês.
De acordo com Pimentel, mesmo que a implementação do asfalto-borracha possa ter um custo inicial mais elevado, a troca de massa asfáltica seria um investimento compensatório. Segundo ele, há pesquisas que mostram que, em pavimentos molhados, por exemplo, o asfalto de borracha oferece mais aderência ao veículo do que o asfalto comum.