Michelin quer vender mais pneus para carros

02 de fevereiro de 2012

Fabricante aumentará produção para o segmento de veículos em 250%

Fábio Suzuki

A fabricante francesa de pneus Michelin pretende dobrar sua participação no segmento de veículos de passeio, que hoje não chega a 10%no mercado brasileiro. Para tanto, a companhia aumentará em 250% sua capacidade de produção de pneus para automóveis até 2015 tendo como principal iniciativa o investimento de€300 milhões (o equivalente a R$ 686,6 milhões) para a ampliar a unidade de Itatiaia (RJ) nesta área. Averba destinada para a fábrica fluminense é parte dos €800 milhões que a Michelin investirá no país nos próximos quatro anos.

E para escoar o maior volume, a Michelin pretende aumentar sua atuação junto às montadoras presentes no mercado brasileiro. "Não temos uma presença local forte nesta área, mas estamos conversando com várias companhias para saber como podemos atender de acordo com as características que elas querem", afirma Jean Phillipe Ollier, presidente da Michelin na América do Sul. Tendo como base os últimos dados da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), o mercado de automóveis girou em torno de 34 milhões de unidades em 2010, sendo que o volume da fabricante francesa no segmento é inferior a 3,5 milhões.

A forte investida no mercado de veículos de passeio deve-se à disparidade em relação à presença que a fabricante francesa tem em outras áreas, onde se diz líder no volume comercializado nos segmentos de transporte e mineração. Para essas áreas, a Michelin pretende aumentar em 30% sua capacidade de produção nos próximos quatro anos.

"Esse volume grande de investimento é porque o mercado brasileiro de pneus tem crescido muito. Há uma demanda crescente por novos produtos e tecnologias por parte dos consumidores", diz Ollier. Segundo ele, o trabalho da companhia no desenvolvimento de novos pneus leva em consideração três fatores principais: segurança, economia e meio-ambiente.

Na estratégia global da Michelin, o Brasil está nas prioridades da companhia ao lado de China e Índia. A operação brasileira é responsável por 70% do faturamento da companhia na América do Sul, região que responde por 10% da receita global da fabricante francesa de pneus.