Rua Cândido de Abreu, 200
Curitiba/PR - 80530-902
Fone: (41) 3271-9842/ (41) 3271-9234
Fax: (41) 3018-4440
sindborpr@fiepr.org.br http://sindborpr.com.br/
As Resoluções do Conama, números 258/99 e 416/09, que obrigam fabricantes e importadores a dar destinação adequada para pneus inservíveis, não surtiram o efeito desejado. De 2002 ao primeiro quadrimestre de 2011, as empresas brasileiras deixaram de dar destinação adequada a cerca de 425 milhões de pneus que não servem mais para rodar em automóveis, ônibus e caminhões, o que corresponde a 2,1 milhões de toneladas desse artefato. Nesse período, os importadores de pneus novos cumpriram 97,03% das metas estabelecidas; fabricantes, 47,3%; e importadores de pneus usados, 12,92%.
É o que mostra uma pesquisa feita pelo engenheiro mecânico Carlos Lagarinhos, em sua tese de doutorado "Reciclagem de Pneus: Análise do Impacto da Legislação Ambiental Através da Logística Reversa", defendida em outubro, no Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), na qual foram comparadas as políticas de reciclagem de pneus da Europa e do Brasil, além de uma avaliação do sistema de logística reversa implementada pela associação que representa os fabricantes no País. Lagarinhos também desenvolveu um modelo de logística reversa para a reciclagem.
Durante seu trabalho, Lagarinhos constatou que o alto custo da coleta e do transporte de pneus descartados é a principal dificuldade para a solução definitiva no que diz respeito à destinação correta desse material. Também não existe um trabalho conjunto entre os fabricantes e importadores de pneus do Brasil para o desenvolvimento de um modelo de logística reversa que reduza os custos, aumente a oferta de pneus servíveis (que podem rodar) para as empresas de reforma, por meio da seleção e triagem nos pontos de coleta. E não existem ações que visem aumentar a oferta de pneus inservíveis para atender à capacidade das empresas de pré-tratamento, coprocessamento, pirólise e queima em caldeiras.
Orientação - Os consumidores também não fazem a sua parte para diminuir o problema. Segundo ele, hoje, ao fazerem a troca de pneus nas lojas e revendas, 36% dos consumidores levam os usados para casa, achando que ainda existe algum valor neles. "Os fabricantes, importadores, revendas e distribuidores não divulgam programas de coleta e destinação dos pneus inservíveis para incentivar o descarte após a troca, pela população", diz o pesquisador. A título de exemplo, para os 6,6 milhões de veículos licenciados no município de São Paulo, há na cidade apenas quatro pontos de coleta em convênio com a Prefeitura, o que dificulta a coleta sistemática dos pneus inservíveis.
Antes da aprovação da Resolução Conama nº 258/99, somente 10% dos pneus inservíveis eram reciclados. Em 2010, foram montados 469 pontos de coleta pelos fabricantes. Atualmente são 1.884 pontos de coleta montados pelos fabricantes e importadores de pneus, sendo que 73,04% estão instalados em municípios com população acima de 100 mil habitantes. A quantidade de pontos de coleta representa 47,1% das revendas e distribuidores de pneus no Brasil. Em 2010, existiam 124 empresas cadastradas no Ibama para as atividades de reciclagem e valorização energética de pneus inservíveis.
No Paraná, existem 89 pontos de coleta. O número não é baixo, mas como o Paraná tem 399 municípios muitos interessados em devolver o pneu inservível, é preciso viajar para outra cidade. A orientação do Sindibor/PR é que os lojistas mostrem para o cliente a importância de deixar o pneu no estabelecimento para ele possa ter o destino correto.