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Jeff Bennett
Cinco anos atrás, a Goodyear Tire & Rubber Co. estava em mal estado. A fabricante de pneus de 113 anos dava prejuízo, brigava com empregados e lutava para concorrer com importados estrangeiros mais baratos, que roubavam seu mercado nos Estados Unidos.
Atualmente, este ícone do setor parece ter recuperado a tração depois de uma transformação dolorosa. Ela enxugou operações, fez acordos com os líderes sindicais e combateu os importados com tecnologia para tornar seus pneus produtos cobiçados. A Goodyear hoje em dia está no azul com um número menor de funcionários altamente especializados e vende pneus mais caros.
A Goodyear vendeu 89,7 milhões de pneus no primeiro semestre, apenas 2% a mais que no mesmo período do ano anterior, mas o faturamento subiu 25%, para US$ 11 bilhões, e a empresa passou de um prejuízo de US$ 19 milhões para um lucro de US$ 143 milhões no período.
Rich Kramer, que assumiu a presidência executiva em abril de 2010 depois de supervisionar a parte operacional e financeira, diz que a chave da recuperação foi concentrar-se em menos produtos, com preços mais altos e voltados mais para consumidores que montadoras. Cerca de 75% dos pneus que vende atualmente custam, nos EUA, US$ 130 ou mais. Há quatro anos, quase 40% dos pneus que produzia eram do tipo mais barato que é vendido a cerca de US$ 60 cada.
"Nossa estratégia antigamente se baseava em volume. Agora só fabricamos os pneus que as pessoas querem. ''É fácil falar, difícil é fazer", diz Kramer, de 47 anos.
Sua antiga estratégia se concentrava em operar fábricas com alto volume de produção para compensar o custo operacional. Agora a empresa está concentrada em "ser uma companhia de produtos de consumo final e não apenas uma fornecedora de autopeças", disse Kramer.
Um elemento importante da recuperação da Goodyear foi a melhoria no relacionamento com os funcionários sindicalizados. Ela se envolveu numa briga em 2006 com o sindicato de metalúrgicos United Steelworkers sobre o custo do plano de saúde que acabou resultando em uma greve amarga que durou dois meses.
Os dois lados acabaram chegando a um acordo que ofereceu à Goodyear a alternativa de criar um sistema de dois níveis salariais e regras trabalhistas mais flexíveis em troca de US$ 1 bilhão para um fundo que cobre os gastos com saúde dos funcionários aposentados. A empresa também reduziu o total de fábricas nos EUA de 29 para 16; nove integravam uma divisão que foi vendida.
A Goodyear também se comprometeu a modernizar suas fábricas americanas para produzir pneus mais avançados e sofisticados. Desde a greve a empresa já gastou mais de US$ 900 milhões para reformar suas fábricas e equipamentos nos EUA e Canadá.
Com base na tecnologia que desenvolveu para reduzir a resistência ao rolamento de pneus de caminhões comerciais, a Goodyear aplicou os mesmos materiais nos pneus para consumidores a partir de 2009, com a promessa de que podiam economizar até 4.184 quilômetros de gasolina no decorrer de sua vida útil.
Entre outras inovações está um dos seus pneus mais vendidos há alguns anos, o Assurance TripleTred, lançado em 2004. Cada faixa do pneu foi projetada para enfrentar um certo tipo de condição de estrada - água, gelo ou pavimento seco. O produto conquistou os consumidores e desde então já ajudou a marca Assurance a vender mais de 22 milhões de pneus só na América do Norte.
As próximas inovações estão voltadas para reduzir o consumo de combustível: os engenheiros da Goodyear estão desenvolvendo um pneu que tem uma bomba de ar miniaturizada para manter a pressão apropriada. A pesquisa é financiada parcialmente com US$ 1,5 milhão do Departamento de Energia dos EUA.