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Na semana de comemoração ao Dia Mundial do Pão (16/10), um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que nos últimos 12 meses (entre outubro de 2010 e setembro deste ano) a farinha de trigo, principal ingrediente do pãozinho francês, subiu 12,44%, enquanto o pãozinho registrou alta de apenas 4,35%. O valor ficou abaixo inclusive da inflação média do período, de 7,14%, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Brasil (IPC-BR). Para os especialistas, o pequeno índice de aumento repassado ao consumidor pode ser atribuído à concorrência, que segurou o preço.
No mesmo período, outros itens que utilizam a mesma matéria-prima tiveram aumentos mais significativos. A torrada, por exemplo, subiu 10,67%, o pão de forma 7,69% e os pães industrializados 6,43%. Quase 1% da renda familiar do brasileiro é comprometida com a compra do pão francês, indicando que o pãozinho ocupa um papel socioeconômico importante no País. Somente em 2010, o setor registrou faturamento de R$ 56,3 bilhões.
O Paraná tem cerca de 4.200 padarias com faturamento de R$ 1,2 bilhão ao ano. Além da busca pelo preço mais acessível, a compra do pãozinho está atrelada à aquisição de outros alimentos, como manteiga, queijo e frios. Logo, os mercados e padarias que tiverem produtos e preços mais atrativos saem ganhando.
Para o presidente do Sindicato da Indústria da Panificação e Confeitaria do Oeste do Paraná (Sindap), Luiz Francisco Kleinibing, outro fator que influencia nessa conta é a sazonalidade do preço do trigo. "Em alguns períodos ele sobe e depois volta a baixar. Se você analisar um período longo como esse da pesquisa (12 meses), a média final repassada ao consumidor pode ter sido abaixo do aumento médio do trigo. Além disso, outros insumos são utilizados na elaboração do pãozinho e isso também conta no preço final."
O paranaense consome por ano cerca de 42,9 kg de pão por pessoa. Esse número já o coloca acima da média nacional, que é de 33,5 kg. Porém, o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 60 kg per capita por ano, o que incentiva as entidades do setor a investir mais no consumo.